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Diário de Gabrielle - Provando a Teoria GabLes - Tympani



"Olá, querido pergaminho!

O dia do meu aniversário está chegando e eu vou completar 10 anos! Papai e mamãe estão loucos comigo, porque eu não paro de dar idéias de presentes que eu gostaria de ganhar. Mamãe quase teve um ataque quando eu disse que queria uma espada! Acho que não vou ganhar a espada... mas tudo bem, fiz outros pedidos. Quando eles me perguntaram o que eu gostaria de ganhar, eu disse "Quero uma espada!". Eles me olharam de um jeito espantado e mamãe começou a tremer, dizendo que eu deveria pedir algo para uma menina normal de 10 anos. Então eu sugeri um cavalo e papai perguntou "Pra que você quer um cavalo, Gabrielle?". Eu disse que quero aprender a montar, caso algum dia precise sair da cidade para fazer alguma coisa importante. Papai quase me sentou a mão! Ele disse que jamais terei motivos para sair de Potédia e por isso não me daria um cavalo. Nessa hora, saí correndo pra rua... Igual como fiz há 5 anos atrás quando eles me negaram um pônei..

5 anos atrás...

'Encontrei Lila lá fora com Seraphin. Ao me verem passar correndo, foram atrás de mim e me encontraram na beira do rio, sentada numa pedra, olhando pra água. Lila perguntou "O que foi, Gabrielle?". Eu disse o que havia acontecido e Lila começou a rir. Eu já estava atacada e voei pra cima da Lila, mas ela me bateu. Ela sempre vence quando brigamos... Ela é mais nova, mas é mais forte que eu e eu sempre apanho... Que droga! 

Enquanto a gente se embolava no chão, Seraphin tentava nos separar, mas foi em vão. Então ela saiu correndo e gritando "Ajudem aqui! Gabrielle e Lila estão brigando de novo!". Mais a frente ela encontrou Perdicas, que estava brincando com seu cachorro, o Zeus. Perdicas veio correndo e conseguiu nos separar, até porque Zeus começou a pular em cima da gente e a lamber nossos rostos, aí começamos a rir e a briga se transformou numa grande brincadeira. Lila e eu parecíamos duas porcas saídas do chiqueiro, nossas roupas e nossas caras estavam sujas de terra. A gente começou a olhar uma pra outra e a risada se estendeu. Seraphin tinha medo do Zeus e saiu correndo. Quando vimos, ela já estava entrando na mata fechada e sumindo de nossas vistas. Lila, Perdicas e eu fomos atrás dela, enquanto Zeus estava mais a frente, pois ele estava correndo atrás dela. Seraphin não entende que ele só quer brincar e corre, o que é pior. 

"Porcaria!", eu gritei, ao ver que meu vestido havia sido rasgado por um galho de árvore caído no chão. Não bastasse estar com os cabelos desgrenhados e a roupa suja, agora estava eu com um rasgo gigantesco no meu vestido, o qual mostrava as minhas pernas. Percebi que Perdicas ficava olhando pra elas e eu me irritei com aquilo. Minha mãe me avisou que os garotos são bobos e se aproveitam das meninas na primeira oportunidade que têm. Eu não entendi direito o que eles poderiam fazer, e mamãe ficou pensativa, meio sem jeito. Então ela disse que, quando eles me olhassem com cara de quem perdeu alguma coisa, era pra eu tomar uma atitude e não deixar isso acontecer. Mamãe sempre me mandou tomar cuidado com os meninos, por mais jovens que eu e eles fossem. E Perdicas já tinha 10 anos, então...

Lembrando disso, amarrei meu vestido, de modo que escondesse minhas pernas. Encontramos Zeus parado embaixo de uma árvore, olhando pra cima. Seraphin havia escalado a árvore até o topo! Lila e Perdicas começaram a rir dela, e eu achei a atitude deles muito feia! Mandei eles calarem a boca! "Se fosse vocês lá em cima, queria ver vocês rirem!". Perdicas retrucou "Ah, Gabrielle, ela tá com medo do Zeus, meu cachorrinho! Todo mundo sabe que ele é bonzinho!". Então eu falei olhando bem na cara dele e coloquei o dedo quase no nariz dele, porque eu já estava super irritada mesmo "Você nunca teve medo de nada, não?". Ele me olhava sem piscar e segurou o Zeus. Então eu disse que Seraphin podia descer, que estaria segura. Ela chorava e tremia, coitada. Lila a essas alturas já havia entendido que rir dos outros é feio e me ajudou a descer Seraphin. Apesar de apenas ter 3 anos de idade, minha irmã já era muito inteligente.  Seraphin e eu temos a mesma idade e Perdicas é mais velho. Eu mandei Perdicas embora e que levasse Zeus com ele! Ele saiu resmungando, mas me obedeceu! Quando eu fico com raiva, sai de perto! E Perdicas sabe disso. Desde que comecei a falar eu já sabia exatamente como agir. Sempre fui muito esperta, modéstia a parte. 

Enquanto acalmávamos Seraphin, Perdicas foi embora. Foi então que começamos a ouvir um barulho estranho. Como se algo ou alguém estivesse remexendo a mata e se aproximando. Nos abraçamos embaixo da árvore, ajoelhadas e apavoradas. Eu fiquei olhando por cima dos ombros delas e vi um vulto, mas não falei nada. Porém, Lila percebeu que minha respiração mudou e perguntou sussurrando "Gabrielle, você viu alguma coisa?". Eu disse que não, que só estava com medo. O som aumentava e a gente se abraçava ainda mais forte. O tal vulto ia de um lado pro outro, como que querendo sair da mata fechada para vir para a clareira onde nós estávamos. E conseguiu...

Lila e Seraphin ouviram o barulho e gritaram, mas eu tapei a boca delas com as mãos e guiei suas cabeças na direção que eu estava olhando. 
"Que lindo!", exclamou Seraphin. Lila perguntou "É um filhote?". Eu não conseguia falar até então, estava tão fascinada com aquela imagem que imagino que eu tenha ficado com aquela cara de quem perdeu alguma coisa. 
Me levantei devagar, acompanhada por Lila e Seraphin, mas sem tirar os olhos daquela criatura belíssima. Ele estava olhando pra nós, como se quisesse saber algo, como quem estivesse fazendo uma pergunta. Então vi que eram manchas que ele tinha acima dos olhos, mas achei tão encantador a expressão que elas formavam em seu rostinho. "Que gordinho!", disse Lila. "Não parece um filhote!", completou Seraphin. Os filhotes são mais magros e têm as pernas compridas, mas este cavalinho tinha as perninhas curtas e peludas na base das patas. Com certeza era um pônei! Tinha uma cabeleira dourada, que balançava com a suave brisa que adentrava na clareira. 
Seu pêlo também era dourado, mas num tom mais escuro. 

"Oi, cavalinho!", disse eu, tentando me aproximar, mas Lila me puxou pelo braço, "Você tá doida?", disse ela. "Me solta, Lila! Ele é presente dos deuses pra mim! Eu pedi e eles se compadeceram de mim... " 
Me aproximei lentamente e ele não se mexia, parecia manso. E era mesmo. Deixou eu me aproximar e lhe afagar a crina. Era muito, muito dócil! Fiz sinal para que Lila e Seraphin viessem. Mesmo com medo, elas vieram e viram que o cavalinho era mesmo bonzinho. 

Relembrei o que havia acontecido mais cedo em casa e que por isso eu tinha certeza que aquele cavalinho era um presente dos deuses pra mim. 
"Que nome daremos à ele?", perguntei. "Você não está pensando em ficar com ele, está? Papai e mamãe não vão deixar.", disse Lila. O cavalinho relinchou, num tom agudo e ensurdecedor. Seraphin levou as mãos aos ouvidos "Ai, meus tímpanos!". Eu arregalei meus olhos e exclamei, contente "Isso mesmo!". E olhando para ele, completei "Seu nome será Tympani." 
Ele balançou a cabeça, como se concordasse comigo. Fiquei tão feliz. Peguei na crina dele e comecei a guiá-lo. "Lila, Seraphin, não digam nada à ninguém sobre isso, tá? Seraphin, vá na frente e peça para o velho Nestor vir aqui. Ele vai me ajudar.", disse eu. Pois é, Nestor sempre foi velho e já era velho quando eu tinha 5 anos. Lila e eu ficamos lá com Tympani até que Seraphin retornou com Nestor. 

"Que pônei é esse, crianças? De onde tiraram?", ele perguntou. "Nestor, leve Tympani com você, por favor. Depois eu vejo o que farei", pedi. 
"Seus pais estão sabendo disso?", quis saber Nestor. "Não, acabamos de encontrá-lo. Mas eu quero ficar com ele, eu sei que Tympani veio pra mim, eu sei!", implorei.

Nestor, que era como um segundo pai pra mim, acatou meu pedido e levou Tympani com ele, seguidos por Lila e eu. Na casa de Nestor, ele colocou Tympani com seu cavalo e lhe deu água e comida. Pedi pra Lila vir pra casa e dizer que eu estava colhendo amoras pra mamãe. Eu fiquei no estábulo com Tympani até o fim da tarde, fazendo carinho nele e contando histórias. 

Quando cheguei em casa, mamãe perguntou pelas amoras e eu disse que havia caído e elas caíram num buraco. Fiquei pensando se seria castigada pelos deuses por estar mentindo. Então pedi à Afrodite, deusa do amor, que colocasse mais amor no coração de meus pais, para que quando eles vissem Tympani, pudessem se apaixonar por ele assim como eu me apaixonei. E não é que ela me atendeu?

No dia seguinte, arrependida por estar escondendo Tympani, levei meus pais até o estábulo de Nestor e lhes contei a verdade. Papai me olhou torto e disse que nós não teríamos como criar um pônei. Então eu disse que Nestor o deixaria ficar ali. Nessa hora, Nestor chegou e me olhou como se não soubesse disso. E não sabia mesmo. Mas na mesma hora ele me entendeu e confirmou o que eu havia dito. Eu disse para meus pais que eu trataria Tympani como se fosse meu filhinho e foi aí que eles resolveram aceitá-lo. Papai disse "É, pode ser uma boa idéia. Assim você já vai aprendendo pra quando tiver seus filhos de verdade". 
E assim os convenci a ficar com meu Tympani.'

Tempo atual...

Agora espero convencê-los a ganhar uma espada ou um cavalo, já que Tympani se foi faz um tempo... Não gosto nem de lembrar, mas outra hora te conto essa história, pergaminho!

Agora vou esperar pelo meu presente de aniversário de 10 anos, que será na próxima lua cheia. Estou confiante! Os deuses vão atender meu pedido novamente, sei que vão!

Boa noite!"



por Math Pitbull


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