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(Fanfiction) Novo Universo: O Passado e O Presente - Cap. IV


Observação: As palavras grafadas com as aspas nas falas da criança (Eva) não se tratam de erros ortográficos, e sim apenas para ressaltar a fase em que uma criança inicia suas palavras. Obrigada.

Novo Universo
O PASSADO E O PRESENTE



- Ainda falta muito Xena? – Gaby pergunta preocupada com Eva que parecia cansada, apesar de cavalgar com ela em sua garupa. 
O sol já estava no alto do céu quando partiram para mais uma missão, o calor parecia insuportável, não havia pássaros cantando, as folhagens caem secas dos galhos, era verão, um tempo muito quente para uma viagem feita assim às pressas, mas Xena sabia que tinha que ser desse jeito, pois seu amigo de longa precisava dela com urgência, em cada canto da Grécia havia pedidos de socorro por parte dele, assim relata a missiva interceptada por Metediça a amazona responsável por trocas de utensílios e outras coisas que necessitassem, de vez em quando ia à taverna mais próxima e realizava as trocas necessárias na última visita ouviu um sujeito procurar por Xena e tratou de alertá-la. Ao averiguar o assunto descobriu o motivo de ser procurada antes da morte do mensageiro que entrega o pedido de ajuda nas mãos da amazona e posteriormente a Xena.
Cavalgam por cerca de dez dias sem muitas paradas para o descanso, tendo o dia com o sol muito quente e a noite muito fria.
- Nós estamos quase chegando querida. – Xena olha para sua companheira e sorri, pela primeira vez se sentia plenamente feliz, Gabrielle era sua companheira, estavam realmente casadas e felizes, ela olha para sua filha na garupa com Gaby, a menina não reclamava, mas ela sabia que aquela viagem era um pouco pesada para uma criança de dois anos, ao mesmo tempo sabia das peraltices de sua pequena, já que em sua noite de núpcias com Gabrielle a menina quebrou o nariz,  quase quebrou um braçinho, que ao correr  despencou de uma ribanceira  rolou por  entre as pedras atrás de sua boneca bubu, sofrendo muitas escoriações pelo corpo em mais uma de suas brincadeiras de criança, as amazonas  desesperadas se lançaram também atrás da menina que ao se levantar chorava e sorria por ter alcançado seu prêmio, Xena lembrava da sensação de vê-la com tantos machucados, ela quase morreu de medo ao vê-la sangrar daquele jeito, em vão as amazonas tentavam convencê-la a permitir que Eva ficasse, prometeram cuidar da pequena até mesmo com suas vidas, fecha os olhos na tentativa de apagar  lembranças ruins, era melhor tela ali por perto e sabia que sua companheira aprovava.
- Xena, vamos parar um pouco. – Gaby pede a princesa guerreira, pois sente que a pequena não agüenta mais. Ela desmonta com a menina colocando-a em pé no chão e Xena também desmonta.
-Venha mamãe. – Xena pega a mão da pequena que aceita prontamente e caminha com ela para esticar as pernas um pouco, logo em seguida para, pois percebe que um temporal se aproxima e precisam urgentemente achar um abrigo, ela se volta para a poetisa. – Gaby - ela aponta para o céu mostrando o que virá logo a seguir.
O dia que parecia firme de repente se transformou em nuvens, uma massa de poeira começou a varrer o lugar, elas precisaram recorrer a proteções faciais para escapar de toda a ventania, Xena olha para os lados procurando conferir se ninguém as seguira, ao receber a mensagem de seu amigo a princesa guerreira não poupou esforços e ela decidiu parte às pressas.
Lembrando do aspecto e da localização daquela região Xena deposita Eva nos braços de Gaby e rapidamente se desloca a procura da caverna que estava localizada ali perto, outrora usada por ela e seu exercito quando ainda pilhava as aldeias, ela sabe que aquele lugar trás lembranças nada agradáveis, pois ali mesmo na entrada da caverna perdeu um grande amigo, pois a vida dele foi ceifada por sua espada quando ele pensou que podia assumir o lugar dela desafiando-a, em vão tentou dissuadi-lo de seu propósito errôneo, o fim para tal caminho foi à morte desnecessária dele. Mas ela lembra porque está ali agora, volta pelo mesmo caminho e chama Gabrielle que estar com Eva, para que a garota não perceba nada do que acontece, Xena a ergue no ar e começa a voar com ela, fazendo com a pequena sorria enquanto caminham às pressas.
- “Vamos voar mamãe, vamos voar”. – Xena corria com Eva erguida nos braços enquanto Gaby trazia os cavalos para dentro da caverna vazia.
- Podemos ficar aqui por enquanto. – Xena examina o local ainda brincando com a menina.
- Sim, vou acender uma fogueira. – a poetisa logo se organiza enquanto Xena termina sua ronda a fim de garantir a segurança delas colocando sua infante em um lugar seguro.
Eva encontra um cantinho e permanece sentada, quieta e calada, observa sua segunda mãe trabalhar e resolve também ajudar, levanta e devagar de acordo com seus pequenos passos começar a catar pequenos galhos para a fogueira.
- “Mamãe” – estende as mãozinhas cheias de pequenos galhos, ao ver a atitude da pequena Gaby quase chora de felicidade, passa a mão no rosto da garota e pega os galhos, em seguida tenta sair com ela da caverna para procurar galhos maiores, mas o temporal começa a cair.
Xena retorna da ronda a tempo de ver os primeiros pingos do temporal, ela se junta as duas que se encontram a beira da entrada da caverna, elas permanecem ali paradas vendo os pingos se engrossarem e se tornarem pesadas gotas de chuva.
Eva fica extasiada ao ver a chuva cair sorri para as suas duas mães e pula de felicidade, Gaby pega as mãozinhas da menina junto com as suas e coloca para o lado de fora fazendo com ela sinta as gotas da chuva, as duas riem sem parar fazendo com que Xena também participe daquela brincadeira, ela junta as mãos enche com as gotas e joga em cima de ambas, depois se inicia uma perseguição para caçar a pequena que correndo dentro da caverna quase cai em buraco sendo agarrada por Xena que percebendo o perigo se lança,com extrema agilidade estendo os braços abertos para agarrar a pequena que não percebe o perigo. As duas guerreiras ficam paralisadas depois outra vez caem na risada, sim as duas sabiam que criar uma menina travessa não seria tão fácil assim, mas estavam juntas e se ajudariam mutuamente.
O temporal se arrasta por três dias seguidos fazendo com que ficassem ilhadas na caverna que agora depois de bem explorada não apresentava nenhum perigo. O lugar que outrora se encontrava escuro, ganha luz, mesmo durante o temporal Gaby não se abatera e se aventura a buscar galhos para a fogueira. Pequena, e um pouco úmida, Xena e Gabrielle transformam a caverna em abrigo temporário aconchegante com a vinda de todos os cobertores que estavam atreladas aos cavalos, elas fazem uma grande cama improvisada para que as três possam descansar, e armam uma pequena barraca para Eva brincar de esconde- esconde com sua boneca. Mantendo o fogo sempre aceso durante os três dias seguidos, Gabrielle procura então colocar em prática suas histórias para entreter Xena e Eva que vai de atenta a encantada a cada história batendo palmas e gritando sempre ao final delas, Xena de sua parte canta canções de ninar para embalar o sono da menina que ao ouvir a voz de sua genitora adormece sem trabalho.
Gaby termina o serviço doméstico guardando tudo, pois a lavação feita por ela e a pequena ocorrera enquanto Xena termina a escovação dos cavalos e alimentação deles. Eva se mostrava eficiente no trabalho doméstico mesmo com sua pouca idade e pouca experiência, sempre observava Gabrielle com as panelas e decidia se juntar a ela na limpeza, embora demorasse mais que o tempo habitual para a concretização de todo o trabalho, a poetisa se divertia a cada lavação, pois todas as duas terminavam molhadas da cabeça aos pés. Xena de longe observava as duas juntas e sorria satisfeita, depois convidava a menina ajudá-la também, a pequena ficava extasiada com os cavalos, Gaby e Xena observavam todo o progresso dela, “sim tudo valia a pena”.
Ao termino de mais uma jornada de ninar, as duas guerreiras podem então desfrutar da companhia uma da outra, elas se sentam como os budistas na grande cama improvisada, uma de frente para outra, os olhos brilham de felicidade, o sorriso ilumina as faces de ambas, as mãos se entrelaçam as carícias intimas são exploradas sem pressa alguma, ao mesmo tempo em que as bocas se exploram em um beijo terno e apaixonado, aos poucos as roupas desaparecem dando espaço aos corpos ávidos de amor, que pouco a pouco mergulham nas profundezas do êxtase divino, inundando o leito do amor, cada uma a sua maneira se deixa conhecer pela outra, sabem que tem o tempo a seu favor e não desperdiçam.
Ao fim da viagem ao paraíso Gaby deitada, aconchega Xena em seus braços e a aperta contra o peito, senti sua respiração ainda forte e sorri acariciando os longos cabelos negros de sua amada, ela fecha seus olhos e se lembra das cenas vividas, “não é um sonho, é realidade”, seu sorriso se torna ainda maior e ela beija a fronte de sua princesa guerreira que olha para cima e também sorri, apertando o braço direito de sua poetisa com ternura, Xena descansa tranqüila, pois sabe agora o que é o amor e o que é ser amada plenamente, seus corpos banhados de suor só denunciam o amor que acabaram de partilhar, cansadas e saciadas adormecem.
Ainda de madrugada a poetisa desperta e percebe que Xena ainda dorme com suavidade a acaricia com beijos curtos entre os lábios e o rosto, a expressão da princesa guerreira se transforma em um imenso sorriso deixando-se levar por aquele momento prazeroso, ela fica deitada quieta, sorrindo, recebendo as carícias, Gabrielle percebendo que sua amada aprova sua ação aprofunda mais ainda o beijo com a delicadeza dos amantes, elas recomeçam a viagem ao paraíso sem pressa como da ultima vez só que agora com mais intensidade amorosa, a poetisa toma a iniciativa deixando Xena desfrutar daquele momento de puro êxtase.
As tochas colocadas em lugares estratégicos ainda queima iluminando, o espaço agora habitado pelas amantes que preenche todo o local de alegria e felicidade.
Agora mais relaxadas, elas descansam deitadas uma junta a outra com as mãos dadas, a respiração lentamente voltando ao seu estado natural, Xena levanta-se devagar e vai até Gabrielle, que se encontra com os olhos fechados.
- Gaby, você estar dormindo? –silêncio e um sorriso- Aquele..., aquele brinquedo é,... Sensacional, onde conseguiu? - Xena curiosa pergunta entre sorrisos e beijos curtos.
A poetisa sorri ante a pergunta e não responde imediatamente deixando Xena ainda mais curiosa.
- Gabrielle, você estar acordada que eu sei, - sacode a poetisa que não tem alternativa a não ser abrir os olhos e contemplar os olhos azuis de sua amada com um sorriso maroto nos lábios - Onde consegui o brinquedo, posso saber?- Insistir na pergunta.
- No Egito com um grande amigo sacerdote. – responde também com um curto beijo em sua face.
Levanta-se indo buscar o cantil para saciar sua sede. Oferece a princesa guerreira que recusa com um aceno de cabeça, ela então toma mais um gole e vai até Eva para ver se a pequena ainda dorme, depois de tantos sussurros de prazer fica momentaneamente preocupada se a menina veio a ouvir algo, contudo sua preocupação se mostra infundada, ao verificar que a pequena dorme profundamente em seu sono angelical, respira fundo, aliviada pela feliz constatação, volta-se na direção de Xena que volta a deita-se agora de bruços, ela deixa o cantil no chão e se aproxima silenciosamente subindo nas costas da guerreira inicia uma massagem circular procurando relaxá-la, pois sabia que logo as preocupações a alcançariam, Xena, porém derruba a poetisa se posicionado agora nas costas dela e aplica sua massagem egípcia com movimentos suaves e ao mesmo tempo selvagens, a cada rodada com seu massageador um beijo é depositado nas costas de Gabrielle que agradece carícia com declarações de amor.
Quando terminam já é dia e Eva também desperta.
- “Mamãe, xixi, mamãe xixi”- a menina chama quase chorando.
Lembrando-se que removeu a fralda de Eva para treiná-la nas idas ao banheiro Xena e Gaby se levanta ao mesmo tempo e correm na direção da pequena que sorri ao ver as duas correrem e chegarem ao tempo.
- “Mamãe, xixi, mamãe xixi”- a menina repete o pedido, mostrando o motivo de sua angustia.
-É minha vez – diz Xena carregando à pequena e levando-a para o banheiro improvisado.
Gaby então começa a preparação do café matinal.
- Lavaram as mãos? – perguntar a poetisa sorrindo escondida e para elas faz uma expressão de seria.
Xena e Eva percebem que deixaram de cumprir o quesito em questão olhando as mãos a princesa guerreira carrega a princesa amazona nos braços e corre na direção do cantil lavando as mãos de uma da outra. Xena coloca Eva no chão para que possam lavar as mãos.
- Quase esquecemos Eva – ela sorri fazendo cócegas na pequena que se desmancha na risada.
-“Ai mamãe, ai mamãe”, - ela se contorce com as cócegas e ri a vontade, depois ela olha para Xena e pressiona sua perna pedindo o seu alimento – “Mamar mamãe”.
Xena que ainda se encontra despida, procura se vestir rapidamente levando a garota até Gaby que a essa altura também já se vestiu.
- Ainda temos algum leite?  - pergunta esperando uma resposta positiva.
Gaby suspira e olha ao seu redor como se procurasse algo, achando logo um substituto do leite.
-Fruta suculenta e deliciosa Eva – mostra para a menina fazendo suas caretas habituais imitando Xena.
Eva sorri como resposta e estende a mãozinha para alcançar a dádiva, mas antes que a menina alcance Xena chega antes e pega, tendo em suas mãos seu punhal descasca rapidamente a laranja, depois fatia a maçã e a pêra colocando pedaços na boca de Eva que agradece com sorrisos.
Sentam juntas e desfrutam de um delicioso café fresco Xena pede aos céus que o temporal cesse para que elas possam continuar a viagem e também porque as provisões já chegaram ao fim e ela precisava cassar ou pescar rapidamente.
Eva se levanta caminhando até a entrada da caverna nota que a chuva deu lugar ao sol radiante. As duas guerreiras sobressaltadas também se levantam as pressas e acompanham os passos da menina, ao vê-la parada Xena apressa o passo e de repente para também e observa o sol invadi o espaço, logo Gabrielle também as alcançam desfrutando juntas daquele momento singular.
Finalmente o sol retornou, elas poderiam continuar o caminho.


A paisagem árida dar lugar ao verde da floresta, Xena habituada ao lugar escolhe as melhores rotas e atalhos para chegar rapidamente ao seu destino, cavalga com destreza agora com a menina na sua garupa tendo Gaby ao lado esquerdo, enquanto segue, ela aproveita a paisagem para ensinar a pequena as armadilhas que se colocam ao longo do caminho para viajantes desavisados.
O sol que agora se encontra em seu ombro direito anuncia que já é meio dia, Xena desmonta coloca a menina no chão com cuidado e observando atentamente procura um lugar para montar um acampamento provisório, a poetisa também a imita entendendo a parada.
- Vamos amorzinho, está na hora de comer – Gabrielle anuncia a garota pegando-a no colo erguendo-a para cima, Eva sorri ante a brincadeira.
Xena retorna de sua rápida exploração e as leva para um espaço onde sua entrada é encoberto com folhagens, ao adentrarem podem finalmente vislumbrar a beleza do lugar um rio com água límpida e cristalina, tendo atrás de si uma linda cachoeira com três quedas d águas, a seu redor uma linda paisagem de flores com diversas cores e tamanhos, pássaros pousando e voando baixo denuncia que o lugar estar repleto de peixes, o sol no alto do céu, agora forte, a água quente convida as três a tomarem um longo banho, Gabrielle coloca Eva no chão que não tarda em correr atrás dos pássaros que percebem o “ataque” voam apressadamente, a menina, porém não se intimida e continua a correr apesar das limitações de sua idade no quesito corrida, ela não desistiu e corre atrás deles, sempre sorrindo.
Xena chama Gaby e as duas ficam observando a garota se diverti em sua pequena exploração em meio à natureza. Xena caminha até o leito do rio e improvisa mais uma pesca com as mãos, Eva para e volta para ver o que sua genitora estar fazendo Xena fica quieta em profundo silencio com a cabeça baixa na direção da água de repente se abaixa trazendo nas mãos um enorme peixe, a garota vislumbrada sorri e bate palmas com o sucesso de sua mãe, que ao perceber sua única expectadora, pisca o olho para ela e repete o feito para delírio de sua menina, Gaby observa de longe as perícias de Xena “tal mãe, tal filha” ela sorri e continua seu trabalho de arrumar tudo para o almoço, depois de ter deixado os cavalos em um bom local para pastagem. Eva olha agora para a poetisa e caminha com seus pequenos passos ainda se equilibrando indo ao seu encontro, pega a frigideira que estava em cima da sacola aberta entregando para sua mãe, e procura pelo chão graveto para uma fogueira, Gabrielle se junta a ela mostrando quais são os adequados para uma forquilha. Depois retornam para armar a forquilha ao mesmo tempo em Xena também estar de volta da pesca trazendo consigo três grandes peixes.
- Podemos começar, estou morrendo de fome- anuncia jogando os peixes na frigideira, sob o olhar atento de Gaby.
- Temos que limpar primeiro, espertinha - com um sorriso travesso olha para Xena que se retira do local, escapando do trabalho fingindo correr, a poetisa respira fundo, pois sabe  o que ficou para ela, Eva pega um peixe e mostra para Gaby.
- “Mamãe aiudo”. - a menina se prontifica para o trabalho.
- Não amorzinho, agora vá tomar banho com sua mãe – fala apontando na direção de Xena que já se encontra na água boiando, ela levanta pega a mão da menina e a conduz para o rio. –Xena, Xena, Xena banho em Eva. – grita a pleno pulmões acenando para a princesa guerreira que ao ouvir se move de sua posição indo ao encontro delas, despe Eva e a leva para a água.
- Gaby você não vem? – chama a poetisa para o banho. 
- Vou limpar os peixes e já volto, não demoro. – volta para onde estava e começa a limpeza dos peixes, deixando-os depois em uma espécie de tempero. Depois também se despe e se junta as duas na água. - Voltei queridas- anuncia sua chegada.
-“Mamãe”– a menina chama com sua mãozinha direita.
Gabrielle se junta a Xena no banho da pequena entre intervalos alguns beijos curtos vão sendo trocados mutuamente pelas duas guerreiras.
- “Mamãe beso” - a garota também deseja participar.
As duas guerreiras se entreolham com sorrisos então iniciam uma seção de beijinhos na pequena por todo o corpo que morri de rir com tanto carinho das duas mulheres. O banho demora cerca de meia hora, elas nadam até as caídas da água vislumbradas com a beleza do lugar.
- Olha amorzinho, essa é uma das paisagens que enche os olhos da mamãe, existe realmente alguém supremo. – Xena ergue Eva para que ela possa ver nitidamente as quedas de água que formam as cachoeiras, ela então suspira extasiada diante da imponência do lugar, a poetisa olhando ao redor também concorda com sua companheira.
 Gabrielle é a primeira a sair do rio para iniciar a preparação do almoço, coloca o peixe na forquilha para assar enquanto as duas não chegam, após o termino do banho a princesa guerreira com a menina nos braços também sai da água. Ela pega uma toalha para enxugar o corpo da pequena que a essa altura estar tremendo de frio, ao mesmo tempo em que enxuga seu corpo, veste em Eva uma tanga, a calça verde e uma blusa verde com mangas curtas e por último, calças as botas, depois se veste com sua roupa habitual olha para a poetisa e nota que ela também já estar devidamente vestida.
- “Mamãe mamar” – ao sentir o cheiro delicioso do peixe percebe sua fome.
- Eu também estou faminta Eva – ela sorri diante do pedido da garota.
- Vamos comer então, meninas. –Gabrielle chama as duas para então comerem juntas, elas se sentam no chão forrado por peles em forma de circulo enquanto a poetisa serve a refeição frugal.
A refeição é feita de maneira rápida e eficiente, surge até uma sobremesa à base de frutas variadas picadas igualmente tendo uma camada fina de um caldo suculento das frutas.
- “Mamãe eicioso” – a menina elogia toda a refeição.
- Tirou as palavras de minha boca Eva. – pisca o olho para Gaby e volta a degustar a suculenta refeição.
Após a refeição arrumam tudo e depois e partem novamente dando seguimento a viagem que agora parece mais perto de seu objetivo.
Xena observa o tempo que parece firme, o céu azul claro, ilumina o caminho das duas guerreiras, enquanto a menina se alegra em sua viagem, tendo sua mãe como guia.


Antes do anoitecer chegam a uma típica aldeia da região, Gabrielle trazia Eva pela mão direita e com a outra puxava as rédeas do cavalo, andando com a menina a poetisa diminuiu o passo para caminhar devagar.
Elas adentram o vilarejo, Gaby permanece atenta a todo movimento, ela circula pelo local a procura do amigo de sua princesa guerreira, ela percebe muitas pessoas andando para todos os lados com suas ocupações e em seus afazeres, dirige-se então a estrebaria para deixar o cavalo ali.
- Boa tarde! – cumprimenta o dono do lugar.
- Ração e escova dona! – ele grita dos fundos, onde se encontra.
- Sim, por favor, quanto vai ficar? – ela pergunta preocupada com o dinheiro, pois no momento não dispõe de muito.
O homem corpulento vem para a entrada do estabelecimento, procurando ver sua nova cliente, depois de uma boa olhada ele fica agradecido com o que ver, uma bela mulher, loira de cabelos curtos, olhos verdes, com um corpo bem definido, e ao mesmo tempo um rosto angelical seus adornos só fazem dela mais sensual do que já é. Ele fica ávido de lúxuria com a visão e deseja possui aquela mulher de qualquer jeito.
- Depende de quanto tempo pretende ficar, dona.  – ele sorri mostrando sua boca com pouquíssimos dentes, um sorriso malicioso aparece em seu semblante coberto de sujeira em seguida cospe no chão como que para reafirmar o território masculino.
-Não pretendo ficar muito tempo. –Gabrielle pressente o olhar sobre ela e sente também o mau cheiro que vem do homem, afastando um pouco Eva daquele lugar.
- Que lindo neném você tem! – ao olhar para a pequena nota a beleza singular das duas, Eva que estar agora sem sua toca habitual tem seus curtos cabelos dourados à mostra. – Por hora 2 dinares devem bastar – anuncia sua decisão.
A poetisa tira de seu alforje que estar pendurado em seu ombro esquerdo, o combinado e deposita nas mãos do homem sem as tocar, ele fica a sua frente estendo a mão nota o suave perfume de sua cliente.
- É guerreira não é? Estar sozinha? - a indagação vem com um forte apelo a um convite.
Gaby respira fundo olha nos olhos dele com expressão séria.
- Não é da sua conta! – responde tirando de seu cavalo sua bagagem.
- Quer ajuda? – ele tenta se aproximar, contudo percebe que a poetisa retira as coisas que estão sob o cavalo sem trabalho nenhum.
O homem então percebe que a mulher a sua frente não é como as outras, ele que estava acostumado que aceitassem suas ofertas de “carinho”, estar diante de uma guerreira de verdade e isso ele admira muito.
Eva fica parada olhando sua mãe executar seus movimentos rapidamente, ela alterna seus olhares entre Gaby e o homem que também observa sua mãe com avidez e lasciva nos olhos.
- Pronto obrigada por tudo. – sai dali um pouco enojada pela falta de limpeza do lugar e do homem também, e agradece aos deuses por não ter que ter usado a força com aquele homem asqueroso.
- Olha meu nome é Zenon, sou seu criado – ele grita vendo que ela já contornava a curva da rua segurando a garotinha de lindos olhos azuis.
Enquanto caminha devagar Gabrielle continua sua procura pelo amigo de Xena “provavelmente ele mora em uma casa pequena e no centro,” segura à menina por um braço distraindo-a com seus gracejos de vez em quando olha ao redor buscando a casa do centro pequena, tarefa que se mostrou difícil já que todas as casas eram pequenas e na havia um centro especificado “só Xena para dar essa discrição”, ela sorri ao lembrar as instruções da princesa guerreira sobre a localização do amigo.
- Gaby é você! – a voz parece perplexa com o que ver a sua frente.
A poetisa olha para trás meio curiosa     e ao mesmo tempo feliz, pois reconhece aquela voz tão bem conhecida por ela, que sorri ao ouvi-la novamente.
- Gaby é você mesmo! – a voz novamente não acredita em seus olhos. – É você mesmo! – mesmo de costas aquela linda figura de mulher era inconfundível aos seus olhos.
Ela se vira devagar ficando de frente para a figura há muito tempo conhecida por ela e Xena com um sorriso largo em sua face.
Seu coração bate tão rápido que parece que vai explodir ou sair do peito, a voz não sabe se tudo é um sonho ou se é realidade, continua contemplando aquela visão de mulher, boquiaberto, ela parece estar ainda mais linda, como se isso fosse possível, Gabrielle era a mulher mais linda, mais sensacional, mais completa, mais tudo, completamente tudo em sua vida, o sorriso franco dela iluminava não só seu dia como também toda a sua vida.
- Joxer, há quanto tempo – caminha para sua frente, mas se detém lembrando-se de sua pequena que estar colada em uma de suas mãos.
- Mamãe, mamar – Eva lembra a poetisa que sua próxima refeição estar próxima.
- Mamãe? Como assim mamãe? – parece mais perplexo com a novidade.
- Joxer é Eva, não se lembra dela? - tenta mostrar a menina que parece não querer cooperar.
Eva se esconde atrás de Gaby temporariamente com vergonha e medo do estranho que estar a sua frente. A poetisa se abaixa ficando na altura da menina para acalma lá transmitindo para ela segurança.
- Tudo bem Eva é um amigo da mamãe. - sua voz é tranqüila e suave.
Joxer olha para Eva assustado, parece não entender.
- Essa menina é a Eva? – Onde estar Xena então?  - olha para cima e para baixo na direção da poetisa e da garota. Ele sacode a cabeça procurando dentro de si a verdade. – Eu vi você e Xena morrerem, eu vi Ares levar os corpos das duas, encontrei Octávio que me garantiu que estavam vivas – ele para, precisa respirar tomar um novo fôlego - Depois..., depois vocês sumiram disseram que estavam mortas, não houve nenhuma notícia, procurei por vocês sem descanso. – ele coloca a mão no rosto e chora.
- Oh Joxer eu sinto tanto, por tudo que você passou - ela passa a mão em seu rosto que agora se encontra livre de suas mãos, ele aproveita o carinho bem vindo de sua amada ficando imóvel. – Joxer acorda – ela torce e dar um puxão em seu nariz como de costume.
- Uau Gaby, seus modos não mudaram hein! – ele grita se afastando um pouco dela.
- Olhe seus modos, - coloca o dedo indicador em seu rosto - Minha filhinha estar aqui, lembre-se! – parece zangada.
- Sim entendi, deixa-me perguntar, porque ela te chama de mamãe? – a curiosidade cresce com medo da resposta.
- Xena ensinou a Eva para chamar tanto ela quanto a mim de mamãe, particularmente estou adorando ser mãe de novo – declara no meio de um grande sorriso em sua voz Joxer pode sentir a verdade.
- Estou tão feliz por te encontrar Gaby bem e viva – em sua fala se pode notar autentica alegria, misturada com euforia, ele toca no ombro de Gabrielle, o toque aos poucos se transforma em uma pequena carícia. A poetisa sente e se afasta devagar, para não dar falsas esperanças em um amor impossível, principalmente nesse momento.
Ele nota também algo diferente nela um brilho diferente em seu olhar, parece que seus olhos brilharam quando ela falou o nome de Xena, será que ele teria se enganado? Fica olhando para a expressão de Gabrielle que agora estar totalmente voltada para as necessidades de Eva, a menina também só tem olhos para sua mãe que procura em seu alforje e acha uma pêra.
- Olha Eva o que temos! –anuncia com sua alegria habitual, pega também um punhal e começa a corta em tiras a fruta, dando pequenos pedaços para a garota.
- Podemos levá-la para comer na taverna, ali – ele procura ser útil para sua amada.
- Obrigada Joxer, mas estou procurando um amigo de Xena – responde sem tirar os olhos de Eva que come sem cerimônias sua fruta preferida.
- Gabrielle, por favor, me deixe ajudar, vai – tenta se colocar entre as duas, procurando carregar a pequena, que se esquiva ficando atrás de sua mãe,e tendo sua refeição interrompida Eva começa a chorar baixinho, lágrimas escorrem da face infantil.
A poetisa se levanta furiosa com o amigo, seus olhos parecem agora duas labaredas em puras chamas, ela sabe que a refeição da criança é sagrada, sabe que a menina só reclama de fome quando não agüenta mais, por isso sua fúria instantânea.
- Joxer, para com isso, já disse que não precisa. – o empurra devagar para trás e abaixar novamente para continua a alimentar sua pequena depois decide se levantar e se afastar do amigo que insiste em segui-las, segurando uma pequena sacola na mão.
- Tenho dinheiro comigo Gaby, nem você, nem Eva precisam passar necessidade, eu estou aqui. – se aproxima da poetisa devagar e nota em seu braço esquerdo perto de seu bracelete um objeto conhecido. – Gabrielle o que é isso?- pergunta apontando para o que vê no antebraço da poetisa.
Ela para de repente para verificar o que tanto chamará a atenção de Joxer, quando percebe que ele se refere ao seu bracelete de casamento que aquela altura ficou a amostra, olha para Eva e nota que a menina ainda mastiga o último pedaço da fruta posto em sua boca.
- Joxer, é melhor que eu conte para você. – ela olha agora para ele sorrindo, seu sorriso ilumina sua face.
Ele a olha profundamente “deve ser algo muito importante”, pensa apesar de saber o que aquele bracelete significava, no fundo rezava aos deuses para que tudo fosse não passasse de um engano, ele espera que ela de algum modo renove suas esperanças de amor, que não dissesse que seriam só “amigos”. Tentava se preparar para o que viesse, respirava fundo como para que tomasse um grande fôlego.
- Joxer – ela sorri e para – Joxer – segura forte a mão de Eva que para de comer sentindo a pressão em sua mãozinha, olha para a poetisa, contudo permanece quieta. - Joxer aconteceu algo muito importante para mim – sorri de novo agora com mais intensidade, seus olhos brilham de felicidade. – Eu me casei.  – pronto fala de uma vez.
- Ca..., ca...sou, casou, casou com quem Gaby? Casou com quem? – pergunta sem querer saber de verdade a resposta, seu mundo com certeza desabou, primeiro achava que seu grande estava morta, agora ela aparece viva e casada? Será que podia ficar ainda pior do que estava? Esse homem seria conhecido, esse ladrão, que conseguiu roubar o coração de sua amada. Se por um lado sabia que não tinha a menor chance com ela, por outro lado estava um pouco triste por que sabia que ela seria agora de outro. Por outro lado queria saber como Xena estava se sentindo, pois sabia que Gaby nutria um grande amor pela guerreira, talvez por isso Xena não estivesse ali com elas, deixando Gabrielle sozinha com toda responsabilidade de cuidar de uma criança tão pequena. Olha para o céu e sorri, o dia estava lindo, o céu azul, limpo e livre de qualquer chance de chuva e tempestades.
- Joxer – ela olha pra ele atentamente querendo prever sua reação diante da notícia inesperada. – Joxer eu me casei com Xena. – fala de uma vez, ela busca nos olhos do amigo a verdadeira reação.
Ele ouviu e não acredita em seus ouvidos, teria ficado surdo ou a ouvira ela dizer que se casou com Xena?Isso seria possível?
- Não entendi Gaby, você se casou com Xena? Mas isso é impossível, quem celebrou um absurdo desse?  - fala vociferando as palavras. – O que ela pode te dar? - olha para ela e fala com ironia:- Casa, filhos, estabilidade?
- Amor Joxer, amor que gerou nossa família, a Eva nossa filha, amor é tudo que eu preciso para viver feliz. – fala com certa suavidade na voz, por causa de Eva que a essa altura não come mais nada e fica paralisada com a “gritaria”.
- Ela é mulher Gaby será que você não ver o erro que estar cometendo, amar Xena é uma coisa, agora casar é outra totalmente diferente. – fica visivelmente irritado com o comportamento da poetisa que sente a revolta do amigo e decide encerrar a conversa ali mesmo. - Todos vão ri de vocês duas, serão motivo de piadas em todas as tavernas, pense ao menos em sua família, Gaby. – puxa o braço da poetisa que se desvencilha com extrema facilidade.
- Joxer, pode parar por ai. – ela fala agora com firmeza e certa tristeza.
Ele a olha com raiva, esperava por tudo menos por isso, elas estavam realmente juntas em todos os aspectos, não queria imaginar as cenas vividas por elas quando estavam em momento privado, sacode a cabeça para espantar o pensamento e finalmente sai de perto dela, levantando poeira.
Eva torna a chorar reclamando sua refeição que outrora foi interrompida por aquele estranho que repentinamente foi embora sem dizer o costumeiro tchau, Gabrielle o deixa partir na esperança que ele acalme o seu ânimo, ela torce para que a amizade deles não termine por causa de ciúmes bobo e infundado, já que deixara claro várias vezes para ele, que só seriam bons amigos.
Ela volta sua atenção novamente para Eva que feliz agradece a continuação da refeição com sorrisos. Gabrielle sabia que teria que se concentrar em achar o amigo de Xena, antes do anoitecer.


A cidade de Tirinto já foi outrora uma cidade gloriosa e imponente com grande importância para toda a Grécia, situada na península da periferia de Peloponeso e a alguns quilômetros ao norte de Náuplia, tinha como grande construção o palácio real e só tinha como rival a cidade de Micenas que é um dos maiores centros da civilização grega e uma potência militar que domina a maior parte da Grécia.
A cidade foi fundada por Preto, irmão e rival de Acrísio rei de Argos, Preto havia sido exilado para a Lícia, mas se aliou por casamento com seu rei, e voltou com um exército de lícios e conquistou a região. Ele conseguiu que as muralhas de Tirinto fossem construídas pelos Ciclopes. Havia também outra versão de sua fundação que apontava outro herói, filho de Argos como real fundador da cidade.
Todos os habitantes tinham grande orgulho de pertencer à cidade de Tirinto, pois os estrangeiros que ali residiam, tinham que ser modelos de pessoas responsáveis para então receberem um certificado de cidadãos de Tirinto.
Gabrielle caminhava com Eva pela enorme cidade sem pressa aparente e ao mesmo tempo desejosa de encontrar logo seu ponto alvo, a menina agora mais sossegada, vai andando no ritmo do caminhar de sua mãe, que prefere trazê-la caminhando do que presa as suas costas como Xena gostava muito de fazer. A poetisa guerreira observa tudo atentamente se deliciando com a beleza da cidade que exalava alegria por todos os lados, como sempre a menina estava contente e fazia novas descobertas em seu mundo infantil, trazia consigo sempre seu brinquedo preferido que não largava por nada, por mais que Gabrielle insistisse.
- Eva, a bubu precisa descansar estar toda babada, querida. – fala inclinando a cabeça para baixo focalizando a face da garota.
Com alguma resistência a menina entrega a boneca para sua mãe sem querer parar de andar, Gaby sorri e pega aboneca e pensa em lavá-la no poço que já estar bem perto, quando surgi uma briga do nada, dois homens se digladiam em plena rua no meio de uma praça inacabada, ela tenta correr, mas é levada subitamente pela multidão que rapidamente se forma ao redor da briga.Buscando uma saída desesperadamente por causa de Eva que começa a chorar por causa do enorme barulho que cada vez mais cresce, ela coloca a menina nos braços, ficando na ponta dos pés procura sair daquele redemoinho que as sugam cada vez mais, arregalando os olhos procura espaço por entre a multidão buscando uma saída. De repente a multidão abre espaço novamente e outras brigas se formam por razões que a própria razão desconhece, “homens brigando contra homens, procurando talvez mostrar a força de sua masculinidade”, pensa Gaby enquanto caminha pelo espaço criado pelas desavenças.
Eva se agarra ao pescoço de sua mãe na tentativa de se proteger do barulho alto que a incomodava, tapa seus olhos diante das cenas de violência e chora.
Quando alcança finalmente um lugar seguro, olha para ver como a menina estar e nota um homem a sua frente com uma cara de poucos amigos, ela franzi o cenho e procura fugir da provável luta, porém o homem a cerca com mais dois companheiros e Gaby percebe que a rota de fuga foi bloqueada.
- Olha rapazes não tenho a mínima intenção de brigar com vocês – fala calmamente na tentativa de dissuadi los daquela idéia.
- Loirinha, não queremos brigar, queremos você, lindinha – o homem peludo fala por todos.
Eles riem na certeza da vitória, pois vê a fragilidade e a desvantagem numérica de sua vitima que acuada caminha para trás buscando um espaço favorável para uma possível defesa e posteriormente um ataque.
A rua em que se encontrava naquele momento mostrava-se vazia sem uma viva alma, pois todas as pessoas presenciavam a briga na praça.
- Nós só queremos nos divertir com você, a menina não nos interessa – o outro homem conclui com ar de zombeteiro e mostrando em sua mão um punhal de ponta longa.
- Vamos boneca linda, você vai gostar, somos cavalheiros, sabia? – ele mostra seus dentes amarelados exibindo com orgulho uma espada enferrujada, logo notada por Gaby.
A poetisa diante das evidências percebe que uma fuga é improvável e a luta deveria ser breve, estudar as posições de seus oponentes, sente no ar o odor forte de bebidas, calcula suas ações e olhando ao seu redor demarcar seu território com sua visão, coloca sua bagagem no chão e deposita a pequena sentada atrás de si entregando a ela sua boneca bubu para mantê-la quieta e ocupada, depois se prepara para ofensiva, concentrada ao maximo tira seus sais de suas botas e os coloca na posição de defesa. O primeiro homem se lança contra ela com extrema ferocidade, apontando seu punhal de ponta longa ele deixa escorrer por entre os dentes uma gosma amarelada, mostrando sua violência tenta um golpe direto, mas a poetisa se esquiva para a direita e depois para a esquerda, irritado o homem tenta acerta seu rosto, mas seu golpe outra vez cai no vazio e Gabrielle se esquiva outra vez para a esquerda, usando o dorso da mão direita desvia o ataque dele coloca o pé direito a frente fazendo cair com o rosto no chão, o segundo vendo o que sucederá ao seu companheiro ensaia um grito ridículo e ataca a poetisa este passa a toda  velocidade indo colidir em frente a uma parede, o terceiro analisa a sua situação e estuda sua adversária que eliminou rapidamente seus dois oponentes ele aperta com firmeza o cabo da espada e tenta acerta o alvo o braço de Gaby, que bloqueia seu oponente com os sais na posição de ataque, com extrema força empurra o homem para trás para longe da menina que continua a brincar, se afasta dele e se lança contra o homem empurrando-o agora com mais força levando-o a colidir suas costas com uma parede, mas não se dar por vencido e se prepara outra vez para atacá-la ela respira fundo e vendo que o ele mantém sua guarda aberta decide contra-atacar com golpes rápidos  aproveita para abatê-lo com um dos seus sais atingindo-o na altura do rosto e do estômago e por último aplica um golpe no queixo levantando-o do chão num voou impressionante onde o resultado final é sua queda ao chão lamacento.
Nisso chegam mais homens armados com paus e espadas Gaby se posiciona para enfrentá-los também, quando um homem surge passando entre eles gritando:
- Gente calma – ele levanta as mãos para pedir um pouco de silencio – O que estar acontecendo aqui afinal, - caminha em sua direção com as mãos baixa, encara Gaby com seriedade excessiva, pois sendo estrangeira provavelmente é arruaceira - Esse bebê é seu? –a ponta para Eva que olha também para ele e chora.
A poetisa não se intimida vira-se na direção da menina e caminha até ela, guarda os sais nas botas e pega Eva do chão carregando-a nos braços, procurando acalmá-la quando a menina sente o aconchego da mãe para imediatamente o choro.
- Ela é minha filha sim, estes homens me atacaram - mostra os homens com o olhar.
O homem que no momento promove a paz olha agora na direção da multidão que tudo ouve, mas permanecem como que se aguardassem ordens de um superior.
- Minha gente – ergue de novo as mãos para o alto – Foi tudo um mal entendido, estar tudo bem, todos agora podem voltar calmamente para suas casas.
- Mas e o que aconteceu às rapazes – alguém grita do fundo.
- Eu irei descobrir tudo com calma, podem voltar para suas casas, podem voltar. – ele continua a estimulara a multidão a se dissipar, e indo na direção dos homens caídos verifica um por um a condição deles e percebem que estão alcoolizados e compreende tudo, caminha então na direção de Gabrielle. – Me desculpe, eles estavam bêbados, não foi?
- Estavam e nem respeitaram meu bebê. – fala chateada com todo o acontecido - Não tive outra escolha a não ser me defender.  – conclui.
Ele respira fundo passa a mão entre os cabelos grisalhos e depois estende a mão direita para ela em sinal de cumprimento.
- A propósito meu nome é Pausânias, sou uma espécie de conselheiro do povo – Gaby aceita o aperto de mão e arregala os olhos quando ouve o nome dele.
- Pausânias, amigo de Xena a princesa guerreira?- ela não acredita na sorte que tem.
- Sim sou amigo de Xena e você quem é? – ele fica curioso com a mulher a sua frente, uma guerreira certamente a julgar pelos trajes e de como ela se livrou dos homens caídos com certa facilidade.
- Meu nome é Gabrielle, sou amiga de Xena e ela me enviou para achá-lo – tira de sua bagagem que estava no chão um pergaminho e entrega nas mãos de Pausânias que prontamente recebe e logo começa a ler.
- Gabrielle desculpe por todo o mal entendido, espero que não fique zangada com os homens aqui, são apenas bêbados tentando tirar vantagem de estrangeiros. – mostra sinceridade em sua fala.
Ela não esboça reação e aceita as desculpas do conselheiro.
- E afinal onde estar Xena? – pergunta num misto de curiosidade e expectativa.
-Ela estar vindo, foi primeiro sondar o rei de Tirinto, coisas da Xena, sabe. – faz um muxoxo e recolhe sua bagagem do chão – Preciso saber agora onde encontro uma estalagem para abrigar a mim e a Eva.
Ele toma das mãos de Gabrielle a bagagem e resoluto caminha a frente dela, vira-se de repente com decisão já tomada.
- Você não vai precisar, pois é minha convidada e não aceito “não” como resposta. – finaliza volta na direção de Gaby e brinca com Eva. – Mas quem é essa menina tão linda! Como é seu nome bebê?
- Diga amorzinho, meu nome é Eva e tenho duas mães. – ela sorri enquanto fala com a menina.
- Duas mães? – ele se surpreende com a resposta e sorri.
- Sim, ela é filha de Xena e minha também. – fala com simplicidade.
-De vocês duas, não entendo isso? Conversam enquanto caminhavam.
- Ela é filha natural de Xena, e é minha filha adotiva, ela é uma princesa amazona. – conclui a apresentação finalmente.
- Então você é uma..., - interrompe a fala e a caminhada- você é uma Rainha Amazona?- fica boquiaberto pela revelação.
- Sim somos amazonas. – fala com um sorriso franco.
- Agora sim está explicado, além de guerreira é amazona, eles não tiveram a mínima chance- lembra dos homens caídos no chão que ali permaneceram e sorri ante a revelação. – Uma grata surpresa eu devo dizer minha mulher vai adorar te conhecer, ela adora as amazonas, minhas filhas ainda mais, você vai conhecê-las logo, logo, vamos.
Redobram as forças para caminhar mais rápido, logo alcançam a praça inacabada que a essa altura se encontra vazia, dobram uma rua a esquerda também completamente vazia por causa da aproximação do cair da noite. Os habitantes um a um vão para suas respectivas casas ou se aglomeram em tavernas buscando conforto intimo ou apenas companhias para as longas rodas de conversas.
Gabrielle reconhece cada lugar por onde passam, pois já tinha passado por ali em busca de Pausânias, eles continuam andando até chegar ao final da rua quando finalmente param em frente a uma mediana casa feita de madeira.
- É aqui, chegamos. – anuncia com orgulho de sua casa.
-“Uma casa pequena no centro” – fica parada sorrindo da lembrança das instruções de Xena.
- Algo errado?  Pausânias fica preocupado com a parada repentina diante de sua casa.
- Estou apenas lembrando-se das instruções da princesa guerreira. – em meio aos sorrisos relata para ele que ao termino da narrativa cai na gargalhada junto com Gabrielle.
Gabrielle, Eva e Pausânias adentram a casa achando duas meninas sentadas à mesa e uma mulher mais velha servindo-as. Ao verem em primeiro plano a figura masculina as meninas se levantam e correm ao seu encontro com os braços abertos, o homem também abre os braços para acolhê-las.
- Papai você voltou. – dizem as duas meninas em uníssonos animadas pela presença do pai em casa.
A mulher espera sua vez para também recebê-lo como é devido, quando nota atrás dele uma jovem mulher com um bebê lindo nos braços, ela pisca os olhos tentando visualizar melhor a situação, “será que é do meu marido”? Seu coração quase para diante dessa realidade dura, lágrimas ensaia derramar de seus olhos já úmidos, pois ela sabia da reputação nada boa de seu marido antes mesmos do casamento, nunca é verdade flagara nada, contudo rezava para que tal dia não chegasse, porém a realidade mostrava dolorida e sem meias verdades. Pausânias alheio aos pensamentos de sua esposa abre espaço para apresentar Gabrielle e o bebê.
- Gabrielle essas são minhas filhas: Nelia e Arnie e aquela é minha esposa Nuria, família essa é Gabrielle rainha amazona e Eva filha de Gabrielle  e princesa amazona.
As meninas arregalavam os olhos diante da apresentação e cercam Gabrielle com grande entusiasmo juvenil, Nuria por outro lado se mostra aliviada com a notícia inesperada, rainha e princesa amazona, realmente era seu dia de sorte, pois ela amava as amazonas e conhecia todas as histórias contadas por sua vó sobre a coragem, e determinação das amazonas. Ela se aproxima de Gabrielle que segura em seus braços sua pequena.
- Que linda menina você é. – passa a mão nas mãozinhas de Eva. – Como é seu nome bebê lindo. - sorri para a menina que se mantém séria e olha para sua mãe procurando algum sinal de que ela conhecia aquela estranha que se aproximava delas.
- Diga seu nome amorzinho – Gaby brinca com Eva que se mantém irredutível. – Diga meu nome é Eva. – continua a brincar com a garota que não se altera.
- “Mamãe mamar” - cola o rosto no pescoço da mãe que abraça a menina.
Nuria percebe a deixa e corre para a cozinha para espanto de todos que ficam paralisados sem saber o que acontece com ela, depois Nuria retorna com um pouco de leite em uma vasilha e quase oferece a poetisa quando decide freia sua ação.
- Ela ainda mama? – pergunta preocupada com sua precipitação.
- Na verdade não, mas a mãe natural dela é Xena, eu sou a mãe adotiva como amazona. – esclarece a situação inusitada.
- Ah sim entendi, tudo bem, ela bebe leite então? – segura a vasilha olhando para Gaby.
- Quer um pouquinho de leite Eva? – acaricia a mão da menina.
Eva faz uma careta para sua mãe e torna a enrosca seu rosto no pescoço de sua mãe e chora enquanto renova seu pedido.
- “Mamãe mamar”. – continua pedindo.
- A Eva, o que foi meu amorzinho, o que você tem! - fala carinhosamente com sua filha pequena.
- Mamãe mamar. – continua a pedir.
- Talvez ela queira algo para comer, vou providenciar- dizendo isso sai da sala deixando os presentes boquiabertos com tanta presteza realizada em tão pouco tempo.
- É Nuria dessa vez se superou em serviço prestado. - brinca Pausânias vendo sua esposa atarefada, ele abraça suas filhas caminhando com elas até a mesa e convida Gabrielle a sentar-se com sua menina no colo.
Elas se sentam em suas respectivas cadeiras junto com seu pai e Gabrielle ajeita Eva em seu colo para deixá-la com uma boa visão do lugar. As meninas começam então a brincar com a garotinha que outrora se mostrava zangada, esquecendo completamente a zanga também partilha a brincadeira com as filhas de Pausânias animadamente.
– Então você é mesmo rainha amazona de verdade – a mais nova fica extasiada com a presença da poetisa amazona em sua casa.
- Meninas, Gabrielle é nossa convidada e não uma prisioneira para ser interrogada – Pausânias reclama com as garotas que estão nas alturas com a presença da rainha amazona.
Gabrielle não se intimida diante das meninas e passa a contar algumas de suas aventuras ao lado da princesa guerreira, desde quando era princesa amazona, e sacia todas as curiosidades daquelas garotas deixando também Pausânias admirado com tantas proezas por parte de Xena e da própria Gabrielle, nisso Nuria também chega com uma fruta nas mãos já fatiada, entrega a poetisa que deposita com cuidado na boca de sua pequena que aceita agradecendo com um sorriso, Nuria sentada em um banquinho fica quieta para ouvir as histórias da poetisa com grande expectativa que é saciada diante de todos os acontecimentos contados. Ao fim todos ficam extasiados com todos os episódios partilhados pela poetisa.
- Nossa não sabia de todas essas histórias rainha Gabrielle – comenta Nuria a mais sorridente de todas.
- Pode me chamar só de Gabrielle, sem rainha, por favor. – declara a poetisa.
- Então, “Gabrielle” estar convidada para partilhar conosco nossa humilde ceia- Nuria fala se levantando e fazendo uma pequena reverência – Adorei a partilha e agradeço de coração, pois sou grande admiradora e defensora de todas as amazonas.
Pausânias confirma acenando positivamente com a cabeça sorrindo como criança depois das histórias da poetisa, ele também levanta e olha pela janela e constata que daqui a algumas horas irá escurecer.
A refeição é servida e todos partilham os alimentos postados à mesa que consiste em: pães, algumas frutas variadas, e um pouco de sopa. Todos alimentados começam a retirar todos os utensílios da mesa.
- Preciso ir até a estrebaria, esqueci algo lá, volto já. – pega Eva no colo e quando ela se prepara para sair Nuria barra sua passagem.
-Ela pode ficar aqui conosco? - Nuria pergunta esperançosa.
Eva se agarra novamente ao pescoço de Gaby, não queria ficar com estranhos.
- Não se preocupe não demoro- dizendo isso sai.


O calor era intenso quando Xena finalmente consegue chegar ao vilarejo, montada em seu corcel negro, ela sente a falta de argo, ele não era só um cavalo, era um companheiro para todas as horas. Não sabia o que tinha acontecido a ele, mas torcia para que talvez ainda o encontrasse vivo. Contorna uma espécie de mercado e se dirige para a estrebaria, quando verifica que esta sendo realmente seguida, antes deixara que o perseguidor em questão se aproximar-se, quando isso não se concretiza, tenta então uma abordagem direta, para repentinamente puxando as rédeas do cavalo com força e faz a volta ficando de frente com seu misterioso seguidor.
- Pensei que não fosse parar tão cedo! – a voz reclama da princesa guerreira.
Ela fica momentaneamente parada e sorrindo para as duas a sua frente. Decide então desmontar e cumprimentá-las.
- Savanna, Ilennia? – Arregala os olhos para enxergar melhor.
As duas mulheres abrem um largo sorriso para a princesa guerreira, que as cumprimenta com um forte abraço. As três mulheres se olham como que se procurassem novidade uma na outra.
Xena coloca seu cavalo na estrebaria seguida pelas duas guerreiras, que mal nota a presença do dono do estabelecimento, elas entram e saem sem trocar muitas palavras com o homem. Logo estão na rua caminhando juntas em direção a outra rua transversal.
- Correu um boato que você tinha morrido mulher – falou Savanna em um desabafo.
Xena sorri olhando tudo ao seu redor.
- Só boato, como você mesmo pode verificar. – fita as duas irmãs a sua frente que também fitam Xena com certa curiosidade.
Savanna era uma alta, magra de pele branca e grandes olhos verdes claros e cabelos ruivos, sua beleza só era comparável a sua ferocidade de combate, carrega consigo duas espadas, e dois punhais que ficavam presos em suas botas, suas vestimentas consistia em uma saia de couro, preta, um bustiê preto e botas com proteção para as canelas também pretas, em seus braços braceletes com pequenas inscrições atenienses que mostravam sua origem, motivo de orgulho para ela.
Ilennia era um pouco diferente, mulher um pouco corpulenta era de média estatura, morena de olhos castanhos, mas de extrema beleza exótica, com longos cabelos também castanhos, era habilidosa com os punhais sua arma preferida e usava um arco que trazia preso em suas costas, sua vestimenta era parecida com de sua irmã Savanna, só não tinha braceletes, pois achava uma extravagância feminina.
Olhando assim nem pareciam irmãs de tão diferentes que eram fisicamente, tanto na aparência como no humor de cada uma delas, Xena as conhecia muito bem, pois houve um tempo em que cavalgavam juntas em algumas conquistas passadas.
- Ouvir também que você estava sendo caçada pelos deuses e protegia um bebê, é verdade isso? – Savanna olha para sua amiga analisando sua reação.
Antes que Xena possa formular sua resposta ouve uma voz infantil familiar a lhe chamar insistentemente, ela olha para trás e sorrindo espera que as duas se aproximem.
- Mamãe, mamãe, mamãe, mamãe - a menina grita a plenos pulmões de plena felicidade ao ver sua genitora, que parecia anos que não a via.
As duas mulheres recém chegadas olham surpresas para a garotinha ao mesmo tempo em que olham para a princesa guerreira. Gabriele se aproxima trazendo Eva nos braços em luta com a menina que faz de tudo para ficar no chão e caminhar até sua mãe. Ao chegar se joga nos braços de Xena que acolhe sua filha com beijinhos misturados com carinhos, Gaby sorri e testemunha mais uma cena de amor maternal vindo de uma grande e lendária guerreira.
Savanna e Ilennia observam atentamente o jeito com que Xena se comunica com sua filha pequena, carinho muitas vezes negado por seu pai e sua mãe que achavam que amor paterno e materno tornava seus filhos fracos e covardes, já que elas eram a oitava e a sétima de onze irmãos homens.
Como sempre Xena ergue Eva para o alto e simula um vôo com a garota que vibra de alegria, vôos incrementados com rasantes para delírio da pequena.
- Mamãe hein!  -Ilennia surpresa olha sorrindo para a princesa guerreira que a essa altura estar envolvida nas brincadeiras de sua filha.
- Eva, diga oi para as amigas da mamãe Savanna e Ilennia – para com os vôos e se concentra nas duas guerreiras a sua frente que estão boquiabertas com o comportamento da mais feroz guerreira.
Eva olha para Gabrielle, depois para Xena e em seguida para Savanna e Ilennia que tentam sorri para a garotinha sem muito sucesso.
- Amigas da mamãe Eva – insisti na apresentação a princesa guerreira.
A menina aos poucos sorri timidamente, pois não se abre rapidamente a pessoas estranhas.
- Xena, será que posso segura-la um pouco? – pergunta Ilennia tímida.
A princesa guerreira olha para sua garotinha que estar agora colada em seu pescoço e puxando seu cabelo com curiosidade infantil.
-Amorzinho elas são amigas da mamãe – insisti a princesa guerreira.
- Xena desde quando cheguei ela estar assim, meio enjoadinha- declara Gabrielle tomando Eva nos braços que se lança rapidamente, depois muda de idéia e quer retornar para os braços de Xena.
- Tudo bem amorzinho- olha para Ilennia – Não será dessa vez – olha de novo para a poetisa – Achou Pausânias – espera a resposta brincando com Eva nos braços.
- Eu achei ele estar nos esperando em sua casa – responde olhando para as amigas de Xena.
- Não vai nos apresentar a sua amiga? -lembra Savanna curiosa com a presença e a intimidade de Gabrielle com a filha de Xena.
- Gabrielle essas são Savanna e a irmã dela Ilennia, essa é Gabrielle poetisa, guerreira, rainha amazona e minha companheira e essa pequenina aqui é minha filha Eva uma princesa amazona e também filha de Gabrielle– declara a princesa guerreira sem rodeios.
As guerreiras cumprimentam a poetisa com um aperto de mãos ao mesmo tempo em que a contemplam admirando a sua beleza singular.
- Rainha amazona hein, nunca pensei que fosse conhecer uma amazona quanto mais uma rainha – Ilennia partilha do mesmo pensamento de sua irmã, ela apenas verbaliza.
-Xena,..., Xena,..., - alguém grita enquanto caminha - Xena sua hora chegou – continua a grita a voz rouca.
Gabrielle logo reconhece Joxer em um estado deplorável. Provavelmente bêbado, resolve enfrentar seu problema de coração partido sem levar em conta que “seu problema é Xena”, ele atravessa a rua sem movimentado com a espada desembainhada e caminha resoluto em seu propósito, certo do que estar fazendo, honra a sua amada Gabrielle com sangue derramado daquela que desviou sua amada de seus braços. Xena sem entender o que acontece olha para Gabrielle que dar de ombros e tenta explicar o problema que Joxer estar enfrentando naquele momento, mas antes que pudesse falar Xena deixa Eva com a poetisa e sai ao encontro do amigo, ele, porém sem caras de muitos amigos pisando duro resolve finalmente enfrentá-la em um combate até a morte, sente um calafrio percorrer sua medula espinhal “ao pensar até a morte” ainda sim não desisti de seu propósito, Xena não se deixa intimidar e vai ao encontro dele, porém sem tocar em sua espada e em seu chakram.
- Joxer o que está acontecendo com você? – ela pergunta curiosa da situação, pois nunca viu seu amigo transtornado como estava.
- Você..., você..., - levanta sua espada com violência – Você não vai arrasta Gabrielle para ser piada nas tavernas – praticamente cospe as palavras.
Xena olha para ele tentando entender o motivo de tanta raiva e o que motivou aquela fúria repentina.
- Ela merece muito mais, merece casar com um homem que a ame e a respeite acima de tudo. – finalmente fala tudo que estava entalado em sua garganta.
- Agora entendi, foi à notícia do meu casamento com Gaby que te deixou assim, não foi! – fala com calma e suavidade olhando para ele.
Ao ouvir as palavras “meu casamento com Gaby” ele se enfurece e resolve parti para o ataque frontal tenta acertar a princesa guerreira com a espada, ela, porém se esquiva para a esquerda com extrema tranqüilidade, depois se esquiva de novo para a direita e novamente para a esquerda dar um pequeno salto pra trás quando ele decide atacá-la com tudo, mas a esquiva de Xena faz com que ele perca o equilíbrio passando direto indo colidir com alguns arbustos, tropeçando ele cai e levanta rapidamente ainda trôpego nos passos.
- Pegue sua espada e lute como hom..., - não completa a frase- Lute como guerreira que é – sente-se viril por defender a honra de sua amada.
- Joxer eu sei como estar se sentido, mas eu lhe peço que me escute apenas por um instante, por favor – tenta argumentar com ele em vão.
- Não Xena, dessa vez você foi longe demais, pegue sua espada e lute..., por favor - demonstra todo o seu cansaço físico, emocional e mental.
Quando a princesa guerreira percebe que seu amigo está prestes a desmoronar corre ao seu encontro e o ampara nos braços procurando tranqüilizá-lo.
- Pronto Joxer te alcancei. - fala com ternura olhando nos olhos dele.
- Você deve..., pegar..., sua espada e lutar..., comigo. – insisti no duelo sem propósito, depois perde os sentidos.


Xena percebe sua fraqueza física regada à bebida forte, por isso a súbita e suposta coragem, ela sorri ao lembrar-se da coragem de seu amigo em diversas situações difíceis, e em nome da amizade que nutre por ele não fica zangada com seu comportamento. Gaby com Eva ainda nos braços chega perto deles e testemunha até onde um homem pode chegar por amor a uma mulher mesmo sem nenhuma esperança, as duas guerreiras também se aproximam de Xena que agora coloca o braço de Joxer por sobre seu ombro, Savanna também coloca o outro braço de Joxer em seu ombro e as duas começam a caminhar. Xena agradecia aos deuses por que a rua estava vazia naquele exato momento, caminha trazendo Joxer consigo com a ajuda de Savanna elas caminham para a casa de Pausânias, seguida por Ilennia e Gabrielle com Eva ainda nos braços.
- Gaby, depois nós duas conversaremos mais tarde- anuncia sua decisão.
A poetisa concorda balançando a cabeça e se prepara de antemão para a conversa. Rapidamente chegam à casa de Pausânias que abrindo a porta não entende nada, porém não faz perguntas e permite que todos entrem sem demora, colocando seu amigo em uma das cadeiras Xena o examina e chega à conclusão que ele só estar bêbado e com o ego ferido, e meio inconsciente então Pausânias sugere que o coloque em dos pequenos quartos vagos, Nuria não perde tempo e improvisa uma cama bem fortificada impedindo-o de se virar e se machucar, tendo ajuda de suas duas filhas depois hospedam também as amigas de Xena que agradecem imensamente a hospitalidade inesperada.
- Mamãe mamar- Eva nos braços de Xena reclama sua refeição. - Mamãe mamar – agora puxa a alça da roupa da princesa guerreira que olhando sua menina não entende nada.
- Eva meu amor, mamãe não tem leite - fala com suavidade olhando-a e mostrando para ela que não pode mais mamar.
Eva chora e continua a pedir sua refeição sagrada, Xena a coloca em seu colo, agora que estar sentada em uma cadeira acompanhada de Gabrielle que conta que a garota já tinha feito o mesmo pedido anteriormente, a princesa guerreira tenta embalar a pequena que não para de chorar e pedi.
- Xena talvez se colocasse ela perto do peito, ela aceitasse que você não te mais leite e parasse- Gaby sugere.
- A rainha Gabrielle tem toda razão - Nuria concorda.


A princesa guerreira então se levanta e caminha até um dos aposentos com Eva nos braços que continua a insistir no pedido, um dos quartos já estava preparado para ela e Gaby, tendo Nuria nos calcares e Ilennia com Savanna que acompanham Xena com curiosidade. Ela entra no quarto senta na ponta da cama e com a ajuda de Gaby ajeita a menina no colo, a poetisa ajuda a mãe de Eva a retirar sua armadura e baixar uma alça de sua vestimenta, deixando um de seus seios a mostra a princesa guerreira não tira os olhos de sua pequena que aguarda com ansiedade a hora de mamar, Xena a próxima do peito com cuidado e... Não entende, esperava outra coisa, ela está..., não pode ser, mas ela sabe que algo aconteceu.
- Xena o que foi?- Gaby pergunta preocupada, a menina parecia estar mamando mesmo e a princesa guerreira parecia diferente, talvez experimentando algo novo.
Xena não responde continua fora do ar com os olhos fechados, sua expressão aos poucos vai mudando à medida que a menina continua mamando, Savanna, Ilennia, Nuria e Gaby ficam paradas olhando a expressão da princesa guerreira que aos poucos volta a si, sentido em seu ombro o toque de sua companheira ela abre os olhos despertando de um êxtase e vê Gabrielle ao seu lado sorrindo, depois também pode ver as três mulheres olhando para ela boquiabertas com uma cena tão corriqueira que é uma mãe amamentando sua filha, com extremo cuidado ela percebe que Eva terminou e começa ajeita sua roupa, Gaby pega a menina nos braços colocando na posição de fazer digestão, sorrindo passeia pelo quarto com a menina nos braços apertando-a com carinho contra o peito. Xena apenas as observa com um sorriso terno em seus lábios, sabe que algo aconteceu, só não sabe como, talvez um dia viesse a descobrir por enquanto estava agradecida pelo milagre de poder amamentar outra vez sua pequena que agora dorme tranqüila nos braços de sua amada.
Nuria é a primeira a se retirar do quarto sem perguntas, sabe que alguma coisa aconteceu, só ainda não entendeu, Savanna e Ilennia ficam paralisadas com a cena de extremo carinho e intimidade da guerreira feroz e a criança em seu colo, mas também se retiram para voltar mais tarde para dormir, pois irão dividir o quarto.
Gaby coloca Eva que agora estar dormindo na cama e volta para perto de Xena que ainda experimenta a sensação de amamentar de novo, elas não trocam uma só palavra, apenas sentam-se uma do lado da outra, dando as mãos partilham mais um momento familiar, ambas permanecem de olhos fechados e sentadas juntinhas, depois Gaby se levanta fica de frente para Xena e deposita na testa de sua amada um beijo singelo que a princesa guerreira rapidamente trata de aprofundar nos lábios cálidos da poetisa segurando o rosto de Gaby com ambas as mãos, Gaby decide então tomar a dianteira se colocando por cima da princesa guerreira que a essas alturas esta fadigada tanto pela viagem quanto por outros acontecimentos, Xena se deixa conduzir por sua rainha amazona sem questionar, que sorri ao perceber sua entrega sem reservas,as duas aos poucos se deixam conduzir por aquele doce momento, quando ouvem um barulho e alguém surgir na porta: Savanna e Ilennia retornava para também ocupar o quarto. Xena permanece deitada, a poetisa se levanta e retira as botas da princesa guerreira que não reage permanecendo onde estar, respirando fundo vira de lado e adormece, as duas irmãs guerreiras fingem nada perceber e se ajeitando no chão em uma cama improvisada, também deitam e dormem, Gaby é a última a se render ao sono deita-se de frente para Xena acariciando seu rosto, as vezes tão terno e as vezes tão duro,sabia que a conversa ainda aconteceria, só esperava conduzir bem o rumo daquele assunto chamado Joxer, sabia também que não tinha nada a esconder principalmente de seu melhor amigo, então não entendia porque a princesa guerreira parecia tão seria em relação ao assunto, talvez fosse  apenas ao fato de como o Joxer veio a reagir diante da verdade selada ou talvez fosse apenas o cansaço acumulado, ela de certo descobriria.
Sim ele iria acordar no dia seguinte teria que contornar aquela situação de uma vez por todas.


Os primeiros raios de sol já encontram Xena desperta, sentada em uma pedra redonda na soleira da porta com Eva em seu colo brincando com sua boneca, a menina descontraída nada percebe da preocupação que ronda a mente de sua mãe, que sorri cada vez que sua pequena lhe lança um olhar cheio de confiança. Xena sabe, sua menina no fundo era para ela uma espécie de redenção por seu passado tão sangrento, brinca com os dedinhos dela observando cada parte de seu corpo, ela era realmente perfeita, apesar de sua concepção fora do comum, sim nunca esquecera aquele dia em que descobriu sua gravidez, Gabrielle a encarava com aquele...
- Por que não me acordou amor?- a poetisa surge como por encanto de seus pensamentos, beija sua testa e também a de Eva que ao perceber sua presença abre um largo sorriso e se lança para seus braços que abertos imediatamente acolhe aquela menina peralta.
- Você dormia como um anjinho eu tive receio de te despertar. – com as mãos livres acaricia o rosto da poetisa que agora brinca com a garotinha que insisti em puxar também seu cabelo.
- Desse jeito vou ficar careca antes do tempo, amorzinho – ela larga o cabelo e coloca seu dedinho indicador no ouvido de Gaby. – Mas que bebê é esse curioso como a mãe, não é? – deita Eva em seus braços e começa a distribui beijinhos por todo o corpo pequenino provocando risos na pequena que se desmancha de felicidade- Você já mamou, hein já mamou?  - olha para a princesa guerreira que confirma. Depois coloca Eva no chão e se junta a Xena sentando perto dela na mesma pedra.


- Gaby, o que aconteceu com Joxer?- um silêncio se instaura, silêncio apenas silêncio, quando “ele” o amigo de ambas surge repentinamente, que parece agora mais calmo, sóbrio e com cara de arrependido pelo papel desempenhado.
As duas mulheres se levantam esperando algo que não acontece. Joxer apenas olha para as duas guerreiras a sua frente, suas duas amigas de longa data, como pôde fazer aquilo com Xena, levantou sua espada contra ela que incontáveis vezes salvou sua vida, direcionou seu caminho, e ainda assim depois de tudo ele fez ela não levantou a mão contra aquele ingrato, ela é uma amiga..., de verdade, acima de tudo estava a amizade que sente por ele. E o que fez a Gaby suas palavras venenosas terminaria pondo fim a uma amizade serena e maravilhosa? Gabrielle era a mulher de sua vida, a luz que iluminava sua solidão, no dia que descobriu que a amava seu mundo ficou mais colorido, ganhou vida, ele era o homem mais feliz da face da terra, mesmo quando ela disse que não poderia amá-lo como ele desejava, pois seu coração amava a princesa guerreira, no fundo no fundo ele sabia que jamais poderia tê-la em seus braços.Agora tem medo de perguntar se o perdão poderia ser dado a ele, ela teria toda razão para não querer vê-lo nunca mais, as duas teriam razão de sobra, olha para o chão e vê a pequena Eva andar explorando aquele lugar novo para ela, com os olhos baixos e marejados se aproxima de suas amigas, com tanta vergonha, se ajoelha diante delas que vendo o que está prestes a acontecer se lançam em seu pescoço ao mesmo tempo e se abraçam junto a ele ficando assim por um longo tempo, não dar para descrever a alegria que sente agora, era um perdão sem palavras, sem desculpas, só perdão absoluto.
Xena é a primeira a olhar para ele depositando um beijo carinhoso em sua testa e em sua face, seguida por Gaby que imita sua companheira os três ficam assim juntinhos ajoelhados se contemplando, quando Xena se levanta puxando a orelha dele com força dissimulada.
- Ai Xena isso dói pra caramba – reclama mesmo não sentido tanta dor.
- Se levantar de novo a espada para mim, vai levar umas palmadas – larga a orelha de Joxer que aos poucos vai se recuperando, ela caminha na direção de Eva e a carrega nos braços entrando na casa, deixando a poetisa com Joxer.
- Gaby... Eu... – ela põe um dedo nos lábios do amigo calando-o imediatamente.
- Não precisa dizer nada – fica olhando nos olhos dele- apenas seja nosso grande amigo Joxer, o poderoso – sorri ao dizer a palavra, “poderoso”- Nós duas precisamos e contamos com a sua amizade, sabe disso. – conclui com outro beijo na testa dele. - Agora precisamos entrar, pois estou morrendo de fome – passa a mão em seu estômago e ouve um ruído que fazem os dois caírem na gargalhada e decidem entrarem juntos de braços dados na casa de Pausânias que a essa altura já se encontra sentado com sua mulher e filhas juntamente com suas convidadas ao redor da mesa fazendo seu desjejum, Xena apenas observa, mas nada diz sobre o que acabar de ver, confia em sua companheira plenamente e continua a dar o mingau para Eva. Enquanto seu anfitrião a põe a par dos últimos acontecimentos que assolaram as aldeias e o porquê procurou sua ajuda espalhando pergaminhos por todos os lugares onde Xena costumava passar, a princesa guerreira conta brevemente sua história onde enfrentou os deuses e na busca por sua filha, todos ficam ouvindo atentamente as façanhas de Xena e de Gabrielle extasiados a cada palavra da princesa guerreira que interrompe sua narrativa dando à vez a poetisa que imediatamente prossegue com seu jeitinho de escritora poeta ao fim é a vez de Savanna e Ilennia contarem suas histórias, de como foram parar naquele povoado, a busca pela sobrinha de ambas a levaram para aquele local, depois é a vez de Joxer contar que está apenas visitando “familiares” sem especificar o grau de parentesco.
As histórias vão sucedendo uma a outra entre a partilha dos alimentos, eles vão se conhecendo, Pausânias também expõe seu lado contador de histórias de batalha com grande entusiasmo conta, por exemplo, como conheceu a princesa guerreira ainda em seu tempo de grande mulher sanguinária, a lendária e terrível XENA, flagelo e destruidora de nações, ao ouvir esses títulos a princesa guerreira se entristece fechando sua expressão que só suaviza pela presença da pequena em seu colo que agora brinca com pontas de sua armadura, Gabrielle percebe a tristeza de sua amada e trata de mudar o rumo da conversa contando uma de suas histórias preferidas, quando conheceu Xena em seu vilarejo. Novamente recebe toda a atenção de seus expectadores ávidos por suas histórias.
De repente batidas fortes e insistentes na porta interrompe o café matinal animado, Pausânias imediatamente levanta para descobrir o que está acontecendo, quando abre sua porta pode ver quatro pessoas paradas em frente a sua porta com expressões visíveis de desespero estampadas em seu rosto, ele as convida para entrarem, mas é repelido.
- Precisa-nos ajuda, Pausânias, com certeza logo chegará aqui. – o homem fala atropelando as palavras.
-O que chegará aqui, Lester – ele pergunta sem ainda entender o que de verdade star acontecendo.
Xena aparece na entrada da porta e olhando para o alto franze seu cenho procurando algo no ar quando verifica em seu lado esquerdo fumaça.
- Fumaça Pausânias, vamos. – fala saindo da casa para ver melhor a origem do fogo.
- É sobre isso que viemos falar com você, e quem é essa mulher?- O homem mais velho se sente afrontado por Xena ter se adiantado a sua notícia.
-Ela é Xena. – dizendo isso Pausânias entra em casa.
Savanna e Ilennia levantam depressa e também saem da casa, Gabrielle que agora segura Eva nos braços vai para fora da casa seguida de perto por Joxer, a cena a seguir deixam todos estupefatos: um grande fogaréu no lado esquerdo atrás de uma colina, deixando o céu negro espalhando uma grande cortina de fuligem no ar, a poetisa corre de novo para casa cobrindo Eva das cinzas que agora cai.
- O que está acontecendo lá fora? - Nuria pergunta preocupada pela expressão da rainha amazona.
- Não sai de casa, nem deixe suas filhas saírem também, cadê Pausânias? – Gabrielle pergunta sem saber o que fazer naquele momento.
- Ele entrou para o quarto sem dizer nada – Nuria explica sem mesmo entender o que realmente estar acontecendo.
Nisso seu marido surge trajando seu velho uniforme militar com sua espada na mão sua expressão é de pura preocupação.
- O que pensa que estar fazendo vestido esse uniforme – ela fala quase chorando, pois agora entende que algo de horrível aconteceu, ou ele jamais vestiria de novo aquela roupa de morte.
Ele se aproxima de Nuria devagar coloca ambas as mãos nos ombros de sua esposa, olha em seus olhos por alguns segundos que parecia uma eternidade sorri, contudo não diz uma só palavra e sai.
Ela fica arrasada começa então a chorar sem se importar com mais nada, se senta para não cair diante da dor que sente em suas entranhas, suas filhas ficam sem ação diante da situação nova, pois nunca vira sua mãe chorar assim nem seu pai partir sem dizer nada, Gabrielle então as convence a ajudar sua mãe auxiliando em tudo que ela precisar, pede também que fiquem com Eva um pouco, tarefa que recebem com grande alegria, apesar de todo o acontecido.
Gabrielle outra vez sai da casa chegando a tempo de ver uma enorme coluna de fogo surge em outra direção espalhando a mesma fuligem anterior, ouve-se de repente um grande estrondo que abala a superfície da terra, mais fogo aparece agora em diversas direções, uma bola de fogo gigantesca cai no meio da praça inacabada fazendo correr seus habitantes em pânico geral, as irmãs guerreiras também correm na direção de Gabrielle fugindo da catástrofe. Gritos de dor e desespero ecoam por todo o vilarejo, as mulheres partem carregando as crianças pequenas, o caos estar instaurado.
Mais uma bola de fogo risca o céu atravessando toda a extensão da rua e indo morrer na casa de..., Gabrielle não acredita em seus olhos, não pode ser..., corre ao máximo que pode..., não pode ser... Joxer corre atrás dela juntamente com as duas guerreiras que a essa altura percebe o que acaba de acontecer não pode ser..., Joxer a agarra pela cintura impedindo-a de entrar no meio do fogo ao ver as labaredas saírem da casa, Gabrielle urra de dor.
- Não, naaaaaãaaaaãaaoooooooo, naaaaaãaaaaãaaoooooooo, Evaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, - seu grito era de puro desespero, a casa de Pausânias foi transformada em cinzas, não sobrara nada apenas cinzas – Minha filha, minha filha – seus gritos se mistura com sua dor.
Savanna tenta investigar procurando algo, talvez, alguma migalha de esperança, todavia nada encontra tudo queimou apenas fumaça para todos os lados, Ilennia fica arrasada com a perda da criança de Xena e de Gabrielle, Xena ela ainda não sabia precisava encontrá-la urgentemente ela precisava saber o que aconteceu, deixa Savanna com Gabrielle e Joxer e vai atrás da princesa guerreira. A poetisa ajoelhada no chão não consegue fica de pé e nem se importa com mais nada.
- Não poderia tirá-la de nós – grita olhando para o céu - Não poderia tirá-la de nós, ela era apenas um bebê. – ela chora desesperadamente, suas lágrimas inundam seu rosto. Seu amigo sabe que nada pode fazer apenas ficar ali com ela partilhando sua dor que lhe rasga o coração e transpassa sua alma como uma lança transpassa o corpo de seu oponente rasgando-lhe ao meio sem piedade alguma.
- Gaby eu gostaria de fazer algo, só não sei o que. – ele tenta consolá-la em vão - Posso até ouvir a voz dela aqui.
- Mamãe, mamãe- a voz chama com alegria.
Gabrielle escuta, levanta devagar, olha para trás e outra vez não acredita no que vê..., é sua menina coberta de fuligem, mas viva, trazida nos braços de Nuria que é só alegria tendo suas filhas atrás de si, torcido muito por causa do efeito de toda fumaça, deixam para trás o local de morte.
- Mas como vimos a casa totalmente destruída – exclama Ilennia feliz da vida e carregando Eva finalmente nos braços.
- Saímos segundos antes da destruição total, Eva escapou do cercado e saiu correndo nos fazendo correr atrás dela também – conta Nuria satisfeita por ter seguido a menina peralta.
Gabrielle se aproxima e Eva se joga nos braços de sua mãe sem cerimônias.
- Mamãe, mamãe-elas se abraçam com força depois de uma separação momentânea e dolorosa.
Nisso chega também Xena acompanhada de Savanna que foi buscá-la no meio do caos, a princesa guerreira se aproxima de Gaby por trás e abraça as suas duas amadas que sorriem sentido sua forte presença, Joxer observa e percebe o amor entre elas.
-Xena nós precisamos sair daqui agora – Savanna conclui.
Antes que possa responder ouve-se outro tremor de terra balançando as extremidades do lugar, fogo por todos os lados separando Xena, Gabrielle e Eva dos demais, elas fica juntas correndo das chamas que queimam o lugar como folhas secas.
- Gaby corra em linha reta com Eva, te encontro lá na frente depois do que restou da praça- dizendo isso sai em disparada indo na direção da estrebaria não dando tempo para a poetisa questionar seu plano louco.
A rainha amazona obedece e sai correndo em linha reta para escapar do fogo que teima em queimar tudo a sua frente. Rapidamente ela chega até a praça ou do sobrou dela trazendo a pequena em seus braços cobrindo seu rosto com um pedaço de pano por causa da intensa fumaça. Gabrielle testemunha a destruição de mais um vilarejo inocente em meio a tantos gritos de dor e de agonia, ela chora e suas lágrimas outra vez banham seu rosto, gostaria de estar longe dali, mas sabia que aquelas pessoas dependiam delas como guerreiras, de longe via Xena socorrendo as pessoas, carregando nos braços muitas vezes para mantê-las a salvo ao menos por enquanto, vê a princesa guerreira também orientando as duas irmãs guerreiras: Savanna e Ilennia para guiar as pessoas para longe do fogo, essa era Xena, essa era sua amada, sempre se preocupando com o bem estar de todos. Logo ela chega até Gabrielle trazendo seu tradicional suporte para carregar a sua pequena nas costas, outro tremor de terra ocorre agora mais violento, sacudindo tudo ao seu redor.
- Precisamos sair agora, Gabrielle – Xena arruma seu suporte nas costas e coloca Eva nele com a ajuda da poetisa.
Juntas elas atravessam uma grande cortina de fumaça branca, o vilarejo estava perdido, o estranho é que a princesa guerreira não viu a presença de soldados, ninguém as atacava fisicamente, teria que rever as coisas para achar a raiz do problema por ora precisava tirá-las imediatamente daquele inferno.


Xena e Gabrielle saem do vilarejo em chamas e penetrando na floresta cada vez mais, encontra uma cabana ao que tudo indicava abandonada há muito tempo a julgar pelas condições dela, toda poída cercada de enormes teias de aranha, sua madeira parecia podre o telhado quase não existia, todavia bastava para descansar um pouco e tirar Eva daquele ambiente quente.
Elas entram depressa e Gabrielle procura um lugar para depositar a menina que parecia cansada pela corrida na floresta, mas nada reclamava Xena como sempre se certificar que sua pequena estar bem sem arranhões ou escoriações, quando ouvi passos lá fora, imediatamente fortificam a porta com a madeira encontrada no próprio lugar e retesando seu corpo ficando atenta a ruídos, sem o menor trabalho ela distingue vozes de homens procurando algo, Gabrielle carrega Eva nos braços, mas Xena sinaliza pedindo à poetisa que coloque o suporte e a menina dentro, o que rapidamente é feito. Xena então executa um salto saindo pelo telhado da cabana, deixando Gabrielle com os sais na mão pronta para tudo. Ela espera por um longo tempo, primeiro o barulho, em seguida um grande silêncio, Gaby espera que sua amada retorne logo para acalmar seu coração, todavia a espera é longa, será que aconteceu algo a Xena? Tenta afastar tais pensamentos quando ouve, alguém se aproxima da cabana, seja quem for estar em frete a porta, ela se prepara para contra- atacar coloca seus sais em posição de ataque não arriscará a vida dela nem a de Eva que estava sobre sua proteção. A poetisa se posiciona de costas para a parede e fixa os olhos no provável oponente, espera pacientemente que ele entre para então executar seus golpes. A porta é chutada com força que desaba com facilidade devido ao estado de decomposição já adiantada.
- Gaby sou eu amor, está tudo bem – fala com claridade na voz.
Gabrielle respira aliviada esperava que Xena retornasse logo, mas a demora colocou seus nervos em frangalhos, ela agora pode respira calmamente.
- Por que demorou tanto, estava preocupada! – desabafa nervosa, mas seus lábios são brindados com um beijo como resposta as suas indagações, ela desmonta sente seu corpo relaxar aos poucos sente a mão de sua princesa guerreira ao redor de sua cintura e suspira, enlaça também Xena com uma de suas mãos e com a outra acaricia a face suja de sua amada, se separam devagar sorrindo, depois Xena deposita um beijo na testa de sua menina que logo pede colo.
- Mamãe – chama e chora a pequena.
- A Eva, o que foi amorzinho? – segura a menina nos braços e contempla sua garotinha que aos poucos para de chorar “será que ela percebeu o que estar acontecendo de verdade” Xena refleti em seu intimo.
- Como está lá fora? – Gabrielle procura saber ansiosa.
- Aparentemente tudo bem agora, eu tive que abater alguns homens. – diz sem remorso.
- Soldados do rei? - fica apreensiva.
- Não, talvez mercenários, o que é estranho, porque não parecia estar nos seguindo - fica quieta e pensativa por um momento, segurando sua menina nos braços a observa profundamente.
- O que foi Xena? – Gabrielle percebe a quietude repentina de sua amada. - O que foi Xena? – renova sua indagação segurando em seu braço direito.
Xena continua quieta contemplando sua menina sem dar muita atenção à poetisa que agora também observa Eva nos braços da mãe.
- Sabia que você é a coisinha mais linda que a mamãe já fez em toda sua vida? –ouvindo isso Eva sorri parecendo entender as palavras de sua mãe, a princesa guerreira mexe a boca para ambos os lados como se ajudasse a refletir os últimos acontecimentos.
Xena se vira na direção da porta e exclama:
- É isso. – parece contente e aliviada com seu achado – Gaby nós precisamos partir agora.


As duas guerreiras se dirigem apressadamente para a clareira que está quase no meio da floresta e lá encontram seus amigos Savanna, Ilennia e Joxer juntamente com a família de Pausânias, verificam que logo adiante alguns moradores do vilarejo também conseguiram escapar da tragédia que se abatera sobre a o único lugar que chamavam de lar. Então sem perda de tempo logo as duas guerreiras se juntam aos demais.
- Ainda bem que não demorou em achar esse lugar- Xena comenta com Ilennia chamando-a em particular. –Precisamos reunir todas as pessoas que possam empunhar uma espada.
Ouvindo isso a guerreira sai chamando antes Joxer para auxiliá-la em mais uma tarefa confiada para eles pela princesa guerreira. Savanna se levanta e caminha ao encontro de Xena que colocando um braço sobre seu ombro cochicha algo em seu ouvido ao termino a guerreira Savanna sai também em seguida.
 Gabrielle que agora usa o suporte com Eva dentro verifica a extensão dos ferimentos dos doentes providenciando ungüentos ou às vezes só enfaixando os que ainda podem ficar de pé rapidamente, pois sabe que suas vidas dependem do que agora conseguir realizar. Pedindo ajuda a Nuria e suas filhas que prontamente se prontifica para o serviço árduo logo consegue atender os feridos. Xena se aproxima da poetisa e vê seu trabalho se desenvolver sem problemas a chama para um lugar mais reservado longe de olhos e ouvidos curiosos.
- Preciso que fique aqui, cuide de tudo e de todos, volto o mais rápido que eu puder – em sua voz uma calmaria latente, elas se olham por um longo tempo, depois Xena chega bem perto da poetisa e beija-lhe a testa em seguida presenteia sua pequena com um beijinho em seus pequenos lábios rosados, sorrindo se afasta iniciando uma corrida pela mata fechada.
Gabrielle fica parada olhando ao redor sabe que há muita coisa para fazer e não pode se dar ao luxo de se sentir cansada naquele momento crucial, pois vê que todas as guerreiras estão fazendo sua parte era sua hora agora e ela não faria corpo mole. Passa então pelos feridos verificando novamente suas condições, olhar também as crianças e mulheres perdidos em meio a tanta dor e pede que levantem animando-os para o começo de uma nova vida, Nuria que tudo escuta também se anima com as palavras daquela rainha amazona, tão forte e tão determinada quanto sua companheira Xena. Uma pequena comissão é formada para recolher alimentos e montar um acampamento improvisado para colocar as crianças pequenas órfãs e alguns gravemente feridos. Pela posição do sol a poetisa deduz que a tarde se aproxima, onde estão acampados é possível ver os pássaros voando “isso é bom, porque podemos perceber qualquer aproximação”, fica feliz pela sua reflexão um aprendizado requerido com a convivência com uma das melhores guerreiras de toda a Grécia, e porque não dizer de todo do mundo, ela sorri pelo pensamento, Xena com certeza não concordaria, sua humildade só não era maior que seu coração.
As horas passam lentamente, todavia a poetisa guerreira se mantém em constante vigilância, tendo ao seu lado a pequena que está sentada brincando com as filhas de Pausânias, de repente a menina se levanta e caminha na direção da mata seguida de perto por sua mãe, ela aponta para algo que se esconde nos arbustos.
- Mamãe – uma só palavra é dita e Gabrielle se prepara tirando um dos sais da bota direita passa a mão sobre a folhagem com cuidado e devagar, e logo descobre escondidos os coelhinhos.
- Eva querida, nosso almoço acaba de ser providenciado – pega a menina entrega a Nuria e volta para caçar os coelhinhos que não oferece nenhuma resistência, ela volta com quatros grandes coelhos, uma moça se aproxima e se oferece para limpar e cozinhar a refeição que será partilhada por todos os presentes no acampamento.
 Logo a ordem está estabelecida Gabrielle até consegue colocar sentinelas ao longo da clareira e logo surge efeito imediato quando Ilennia retorna de sua missão com homens de outras aldeias disposto a lutar pela suas vidas.
- Que bom que retornou Ilennia, ainda temos um pouco de sopa, quer?
A guerreira senta em uma das pedras do lugar, cansada respira aliviada por ter chegado ainda com o dia claro.
- Não obrigada Gabrielle, também trouxe um pouco de comida das aldeias ou o que restou delas, onde está Xena? – lança um olhar ao seu redor e percebe que um acampamento foi montado e tudo parece em ordem.
- Xena também saiu, foi resolver um problema, mas logo volta. – atende um dos aldeões servindo-lhe sopa em uma das tigelas improvisadas, em uma casca de coco aberta com a espada.
Ilennia pede aos homens que entregue a Gabrielle todos os alimentos recolhidos que é prontamente obedecida, à poetisa recebe tudo e entrega a uma das mulheres que guarda tudo com precisão.
- Quantos homens você conseguiu reunir? – pergunta esperançosa.
- Menos de vinte, foi tudo que restou depois dos ataques – Ilennia parece frustrada pela empreitada sem aparente sucesso.
- Xena vai resolver tudo – Gabrielle a toca no ombro para lhe transmitir esperança na jornada.
- Você a ama de verdade não é?  -Ilennia a encara com um olhar terno.
- Sim, com todas as minhas forças, com toda a minha alma, com tudo o que sou- responde com toda a sinceridade, com seu coração e com coragem diante de uma desconhecida que agora se tornava aos poucos uma amiga.
Ilennia se levanta olha Gaby nos olhos sorri e a beija na face coloca ambas as mãos sobre os ombros da poetisa.
- Minha amiga...
Antes de terminar a frase Savanna surgi ao lado de Joxer ambos exaustos da jornada que empreenderam cedo, escoltados de perto por dois dos homens que chegou com Ilennia são trazidos até a presença de Gabrielle que agradece e em seguida os dispensa.
- Como foi à missão de vocês? – antes entrega para cada um deles um cantil de água vendo que estão sedentos e também cansados, bebem a água e se banham jogando do alto da cabeça, escorrendo pelo corpo, Joxer aparentemente é o mais fatigado da dupla, ela sorri e agradece aos deuses pela presença dele.
- Como Xena desconfiava, ela pediu e nós averiguamos pela região e descobrimos o sumiço não só de virgens, mas de milhares de mulheres em idade fértil, todas sumidas e ninguém nunca mais as viram, eu realmente não entendi o sentido dessa pesquisa tão fora de hora. – desabafa depois de uma longa corrida feita pela região. – Tem algo para comer estamos famintos. -Savanna lembra que ainda sentia a fome a persegui-la.
Gabrielle providencia frutas e pedaços de pão acompanhados de um pouco de vinho, divide entre os dois corredores, logo Savanna e Joxer atacam o alimento, contudo antes agradecem e logo começam a comer sem muitas cerimônias, pois a fome é mãe de toda a educação.
Ilennia ri dos dois famintos que devoram toda a comida servida em questão de segundos, depois Joxer faz a digestão do único jeito masculino de ser, um arroto bem alto e bem forte.
- Joxer seu porco – Gabrielle reclama do amigo, pela grande falta de educação.
- Mas Gabrielle é saúde. – ele se defende da acusação que é acompanhada de dois tapas inocentes em suas costas.
Ao ouvirem o arroto de Joxer todas as pessoas próximas riem alto dele que percebendo sua falta de educação fica vermelho de vergonha, mas sorri junto com todos.
Depois Ilennia pede a Gabrielle permissão para se juntar aos demais para montar guarda também, o que é concedida a guerreira que sai imediatamente, enquanto sua irmã descansa acompanhada de Joxer.
O restante do dia passa sem nenhum sinal de Xena, deixando a rainha amazona um pouco preocupada com a ausência de notícias da guerreira, ela senta em uma das pedras e chama Eva que logo atende o chamado de sua mãe, sorrindo ela corre ao seu encontro, fazendo com que Gabrielle também abra um grande sorriso para recebê-la, ao chegar se joga nos braços acolhedor de sua mãe de cabelos dourados.
-Mamãe, mamãe doiada - ela tenta falar todas as palavras bem explicadas.
Nuria cai na gargalhada ao ouvir as palavras inocentes da menina que fica séria sem entender o motivo da risada.
- É mamãe de cabelos dourados, não é amorzinho? – Gabrielle sai em defesa de sua filha que bate palmas ao ouvir as palavras corretas, e enquanto ajeita a pequena em seu colo Gaby pensa na sua amada a noite já ameaça a cair e nada de Xena retornar, ela sabe que ninguém pode se cuidar melhor que a própria a própria princesa guerreira ainda sim se preocupa.
As estrelas do céu surgem iluminado toda a clareira que agora também precisa do auxilio das tochas, as pessoas se reúnem em torno das pequenas fogueiras feitas ao longo do terreno, as sentinelas são mantidas em revezamentos constantes para que todos possam descansar um pouco, os homens trazidos por Ilennia se oferecem para o primeiro turno se posicionando ao longo do caminho, e nas árvores. Gabrielle observa que tudo está na mais perfeita ordem, até Eva adormeceu cansada e prensada pelo calor do dia, ela olha a menina dormir tranquilamente em um berço improvisado pelos homens, olha para o céu e pensa em Xena, onde ela estar agora..., será que...
Xena surge carregando um homem em suas costas chegando ao meio da clareira joga seu pesado fardo no chão, Gabrielle ao vê-la corre ao seu encontro e a beija surpreendendo-a, mas logo se afasta e recebe da guerreira um sorriso acolhedor.
- Demorei tanto assim! - brinca com sua amada, passando a mão em seus cabelos afastando uma mexa de seus olhos. – Onde está Eva? – procura a pequena ao redor.
-Finalmente adormeceu, estava realmente cansada – a poetisa convida Xena para se sentar e oferece o cantil que a princesa guerreira agradece tomando um grande gole de água e logo também derrama sobre seu corpo.
Nisso Savanna, Ilennia, e Joxer se aproximam para relatar o resultado de cada um e ao mesmo tempo ouvir as notícias que Xena trás de sua empreitada, ela ouve atentamente o relatório de Ilennia e aquisição dos homens, depois é a vez de Savanna e Joxer confirmarem as desconfianças da guerreira que passa a contar sua trajetória desde que saiu da clareira.
- Voltei para o vilarejo e percorri o local destruído, me lembrei das primeiras labaredas de fogo surgindo em uma aldeia que estava ao norte e me lancei para lá, vi e segui pegadas que encontrei, elas se dirigiam com destino ao sul, ai então me lembrei de um velho vulcão adormecido, fui até lá e perto dele encontrei vestígios de um recém acampamento desmontado as pressas, quando me preparava para seguir as pegadas, encontrei nosso amigo ali tentando apagar as pegadas deixadas pelos seus amiguinhos, tivemos uma longa conversa e ele me contou tudo que eu precisava saber, agora precisamos partir sem demora se queremos acabar com toda a farsa montada. – depois de seu relato todos ficam quietos esperando uma ordem expressa de Xena.
Subitamente ela se levanta e pede a Ilennia que reúna os homens armados, para Joxer pede que fique e tome conta do acampamento chama também Nuria e lhe confia à proteção de sua pequena, que confirma acenando com a cabeça, pede a Savanna que distribua as armas para os que vão para a batalha, armas que encontrou no acampamento desmontado.
- Gaby eu preciso que vá comigo. – ela fala olhando para a poetisa que retribui o olhar.
- Sempre estarei com você, não importa para onde iremos, seguiremos sempre juntas. – dizendo isso sorri lhe beija a face em um gesto de carinho e sai para se preparar para a batalha que virá, mas antes vai até o berço de Eva que ainda dorme tranquilamente, fica ali em pé olhando sua menina dormir, quando chega também Xena e se junta a Gabrielle na vigília, as duas ficam ali por um bom tempo em silêncio de mãos dadas contemplando aquele anjinho dormir e talvez sonhar com um futuro melhor.
- Xena nós estamos prontos - declara Savanna incisiva.
A princesa guerreira se vira e sabe que a guerra se aproxima, fecha sua expressão, pega seu fardo agora acordado e o amarra com uma corda utilizando um nó triplo ela então o arrasta e o coloca sobre a garupa de um cavalo, os homens perfilados esperam a ordem de partir.
- Vamos. – Xena ordena e todos os homens, e as guerreiras partem para a batalha.


Sem demoram chegam até o antigo vulcão, lá Xena distribui os homens cercando totalmente o local, depois pede a Savanna que pegue três homens e siga por detrás bloqueando qualquer tentativa de fuga, ela, Ilennia e Gabrielle devem se vestir com as roupas antigas de sacerdotes entrando no vulcão e se misturando aos demais.
Com todas as tarefas divididas elas seguem o plano da princesa guerreira a risca. Entram por uma passagem secreta indicada por seu “amigo” capturado que ficou do lado de fora, em um espaço alto reservado para os grandes sacerdotes, lá elas podem ver em meio a uma penumbra um enorme altar com um punhal a postos aguardando somente o inicio da cerimônia, inúmeros sacerdotes com suas longas túnicas vermelhas, muitas tochas iluminando o local, a decoração é feita a base de carne humana com grandes cabeças de animais penduradas por ganchos, e cabeças também de homens penduradas por cordas como um balanço vivo, numerosas jaulas que mantém presas algumas mulheres sumidas e fortemente amarradas e uma mulher amarrada sob um outro altar esperando a hora de ser possuída por um dos sacerdotes, as três guerreiras analisam a situação esperando o momento certo de agir, quando um homem de túnica e capuz preto surgi no meio do salão oval toda a turba grita um mantra.
- DEVAIOR, DEVAIOR, DEVAIOR, DEVAIOR, DEVAIOR, - balançam a cabeça em forma de circulo enquanto cantam como se estivessem em estado de transe.
-Xena, eles são muitos, até mesmo para nós – pondera Ilennia tentando contar quantos sacerdotes estão presentes a cerimônia.
-Estão vendo ali - a princesa guerreira mostra o ponto fraco do vulcão que pensava estar adormecido - A base de cima está rachada isso quer dizer que o vulcão entrará logo em atividade, o que temos que fazer é garantir que nenhum deles escape daqui.
- Isso não será fácil, não é! – Gabrielle reflete.
Xena sorri para a poetisa e volta sua atenção para os fanáticos lá embaixo, sonda o espaço procurando brechas quando seu olhar é atraído por uma figura de mulher conhecida.
-Xena é Nuria lá embaixo... Eva pelos deuses..., - passa a mão na cabeça expressando preocupação - Temos que voltar agora- Gabrielle se levanta, mas sente um puxão em seu braço e torna a ficar abaixada novamente.
- Vamos esperar. – Xena fica quieta e espera pacientemente para ver o desenrolar dos fatos.
Nuria é conduzida para o altar mor tendo suas mãos amarradas para frente, empurrada ela é forçada a deita-se sob o altar e esperar a morte, ela grita pedindo ajuda, contudo entende que nenhum daqueles homens irão ajudá-la quando o homem de túnica preta se aproxima dela, eis que acontece o improvável Joxer surgir com a espada na mão disposto a enfrentar todos os sacerdotes. Xena não vê alternativa a não ser entrar em cena, com seu grito de guerra característico ela executa um salto triplo comparado a uma altura de dois metros, cai em cima do altar surpreendendo a todos os sacerdotes inclusive o homem de túnica preta, dando um pontapé em seu rosto ele cai se esbarrando em um dos seus companheiros, rapidamente ela corta as amarras de Nuria que a olha com curiosidade e agradecimento, os sacerdotes se aproximam e outra vez ela salta do altar ficando de frente para seus oponentes seu sorriso aparece em seus lábios como um convite para a dança da morte, desembainha sua espada espera que se aproximem, o primeiro tenta atacá-la com uma espada ela se esquiva para a esquerda e movimenta sua espada de forma que o corte acontece no meio do homem, o segundo corre em sua direção, mas Xena se abaixa ele passa por cima dela num vôo rasante colidindo com o altar, três sacerdotes a cercam com pequenos bastões, ela gira sua espada no ar quatro vezes, quando um toma à dianteira e decide atacá-la aos gritos Xena não toma conhecimento dele ampara seu golpe se defendo com a espada girando-a junto ao bastão acerta-o no estômago quando o próximo avança perigosamente pelas suas costas ouve Nuria gritar “cuidado” ela reage prontamente cravando a espada toda nele ainda de costa, depois retira sua espada e espera, eles então percebe a oponente mais forte e eles decidem juntos atacá-la incitado pelo homem de túnica preta, eles vão para cima dela, Xena outra vez salta agora para a lateral direita em forma de circulo agarra uma corrente e balança no ar na forma oval, com seu sorriso sarcástico ela varre uma terça parte dos sacerdotes que não acreditam em seus olhos.
- Temos que pega-la viva meus irmãos- ordena o homem de túnica preta.
Os sacerdotes então buscam tochas acesas para intimidá-la acuando-a contra a parede, quando Ilennia e Gabrielle aparecem no salão armadas, na sua descida pela escada que dar acesso ao salão da cerimônia, Ilennia abatera quatro sacerdotes com seu arco, enquanto Gabrielle derruba mais dois com seus sais, os sacerdotes se dividem então para enfrentar as três guerreiras, Xena aproveita a distração causada pelas duas executa de novo mais um salto para o altar mor e pede a Nuria que solte as outras mulheres e as conduza para fora por uma porta aberta na lateral.
- Mas Xena estão por toda a parte. – Nuria pondera a situação, olhando com certo medo de morrer ali.
- Não olhe, apenas faça o que mandei. - Xena replica a mulher.
Nuria obedece indo ao encontro das outras mulheres tendo Xena atrás dela defendo sua retaguarda logo a princesa guerreira toma a frente dela quebrando os cadeados com a espada, ela aproveita e vai ao encontro de Joxer que ainda estar caído no chão devido a uma pancada em sua cabeça, aos poucos ele vai se recompondo enquanto Xena derruba mais um sacerdote com um chute lateral vendo a massa que se aproxima ela ajuda Joxer a se levantar mostra para ele Ilennia e Gabrielle que se aproximam pelo lado esquerdo, mas que agora estão cercadas de sacerdotes que avançam também sobre elas, Xena então lança o chakram abatendo metade dos homens e abrindo caminho para as duas guerreiras que correm ao seu encontro ajudando Nuria a libertar as prisioneiras, rapidamente as mulheres são libertadas inclusive aquela que estava deitada no outro altar, que quando estar livre esfaqueia Ilennia nas costas, essa dar um grito forte de dor, vendo isso Gabrielle soca o rosto da mulher traidora com força que a faz desmaiar na hora, Gaby ampara sua amiga tentando tapar o ferimento.
- Calma Ilennia vai ficar tudo bem – procura acalmá-la amparando-a em seus braços, Nuria também se junta a poetisa.
Xena vê toda a cena e procura dar um fim ao caos instalado, ela volta dando cambalhotas chegando perto de Ilennia verifica seu ferimento e olha ao redor, mostra para Gaby a saída e pede que ela conduza a todos para fora, pois logo tudo se tornara um inferno, a poetisa não discute com a princesa guerreira, pois entende que Ilennia precisa de cuidados urgentes, Xena com seu grito de guerra pega seu chakram que acaba de chegar e se lança para abater o restante dos homens sacerdotes, aplica um chute lateral no primeiro dar uma tapa de mão aberta no que se aproxima, outro chute na lateral esquerda e um chute frontal, vai abrindo caminho aplicando seus golpes quando vê o homem de túnica preta tentando fugir diante do inevitável, ela salta outra vez ainda de costa e fica de frente com ele que tenta esfaqueá-la com um punhal essa chuta-o para longe dele que se arrastando tenta pega-lo novamente,mas Xena põe seu pé direito sobre suas costas puxando seu capuz com força revelando o homem por debaixo do disfarce, Gabrielle não acredita em seus olhos quando vê o homem.
- Mas é Pausânias? – fica chocada com a revelação, juntamente com Nuria sua mulher que explodindo de ódio tenta matá-lo, mas Gaby a segura, Xena por outro lado não fica chocada, ao contrário age com grande naturalidade.
- Fiquei desconfiada quando estávamos na cabana- Xena conclui.
Pausânias vira para cima sua face revela todo o seu ódio, quando ele vê os homens das aldeias adentrando o vulcão na companhia de Savanna que abate o que vê a sua frente. Xena faz um sinal para ela mostrando sua irmã no chão ferida essa quando a vista Ilennia deitada corre ao seu encontro, buscando vê a extensão do seu ferimento, fica um pouco aliviada ao notar Gabrielle junto a sua irmã, olhando ao redor vê Joxer e as mulheres sumidas inclusive sua sobrinha que ao reconhecê-la corre e se joga em seus braços, aliviada.
- Agora tudo vai ficar bem, minha linda. – consola a sobrinha e mostra sua irmã Ilennia no chão precisando de cuidados.
Rapidamente Xena pede que todos saiam dali o mais breve possível, pois logo o vulcão irá entrar em erupção. As guerreiras juntamente com os homens e as mulheres tratam de sair dali, abatendo no caminho os sacerdotes que sobraram.
- Não quer saber por que Xena? –Pausânias com o lábio partido cospe as palavras com raiva de seu fracasso.
- Xena não, tudo vai explodir. - a princesa guerreira toca o ombro de Gabrielle com carinho.
- Não se preocupe com nada, agora vá – encerra o assunto empurrando a poetisa na direção da saída que se vê obrigada a obedecer à ordem severa.
Ela se volta para Pausânias ainda caído no chão que tentava se ergue.
- Então, não queria me contar uma historinha? – Xena passeia pelo lugar com curiosidade.
- Quando eu tinha voltado da última guerra trouxe um ferimento incurável, eu seguia você como um cachorrinho segue seu dono, você era a melhor guerreira que o mundo tinha conhecido, depois fiquei sabendo que você mudou de lado lutando pelos aldeões, ajudando fracassados, pessoas mortas de fome. Esses sacerdotes me curaram dando um sentido a minha vida foi ai que tive a idéia de te atrai para cá com um falso pretexto de nos ajudar, sabia que não recusaria ajudar seu grande amigo, queríamos sua morte como sacrifício para os deuses, pois ouvimos falar de suas blasfêmias contra todos os deuses, mas nós servimos aquele que é superior a qualquer deus existente, pertencemos à primeira ordem do grande mestre negro. – dizendo isso se levanta rapidamente tentando apunhalá-la no peito, mas seu ataque é repelido com um chute em sua mão afastando-o de sua adaga.
 De repente o tremor de terra volta balançando tudo, larvas de fogo começam a cair se derramando sobre o altar mor, uma chuva de brasa quente acerta os pedestais e as cabeças de animais penduradas nos ganchos, tudo treme e Xena sabe que é hora de sair também, Pausânias aproveita a distração da princesa guerreira e tenta derrubá-la na direção do fogo, ela que percebendo a ação de seu amigo se desvencilha dele jogando-o longe, mas longe das chamas que começa a tomar conta do lugar ele se levanta com fúria e uma espada na mão em sua última tentativa de matá-la finalmente.
- Você vai morrer Xena, morra flagelo das nações. – se atirando contra ela que se esquiva do golpe ele cai na larva de fogo.
“É o fim do líder dos fanáticos”, pensa Xena “e perdi mais um amigo”.
Gabrielle que ficara até o fim para ver se Xena podia precisar de ajuda, grita para ela avisando sobre as colunas de chamas que ameaçava a cair sobre a princesa guerreira, rapidamente executa seu salto duplo e para em frente à Gabrielle e enlaçando sua cintura usa seu chicote em uma viga ainda forte e sai dali em um vôo impressionante.
Do lado de fora confessa:
- Quero ver minha pequena travessa. –dizendo isso sai com Gabrielle na direção da clareira.
Eva despertou quando o sol já estava no alto e os primeiros raios de sol reinavam no acampamento, um cheiro doce de café exalava por todos os cantos, havia música, havia alegria.
- Então você finalmente despertou amorzinho - Xena a ergue nos braços e esbanja bom humor simula como sempre seus vôos com a pequena que vibra de alegria com a brincadeira bem vinda.
- A Xena também quero brincar – Gabrielle se junta a elas na brincadeira, Eva é trocada de mãos várias vezes e sente uma grande alegria que é transmitida através de seus pequenos gritinhos de felicidade.
De longe Savanna ainda abraçada a sua sobrinha recuperada graças a Xena, contempla a felicidade da guerreira, sua amiga enquanto sua irmã Ilennia se recupera do ferimento sofrido.
Nuria não conta as suas filhas sobre o pai, será uma parte da história que precisa carregar sozinha.
Xena, Gabrielle e Eva uma completa a outra esse é o sentido da felicidade a família reunida.


Não importa como é sua família, ela é importante em sua vida, pois é através dela que se aprende a amar.
FIM



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